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«Quem bloqueará o país será a oposição»

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Oposição bloqueará o país se colocar acima de tudo o ódio ao primeiro-ministro, alerta Almeida Santos

O presidente do PS adverte a oposição que bloqueará o país se rejeitar entender-se com o primeiro-ministro demissionário após as eleições, dizendo que isso significará colocar o ódio a José Sócrates acima do interesse nacional.

Em entrevista à Lusa, Almeida Santos rejeita que o congresso do PS, entre sexta-feira e domingo, em Matosinhos, seja uma espécie de comício de campanha eleitoral, acreditando, pelo contrário, que haverá debate interno.

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«Estamos na perspectiva de disputar de novo o poder ¿ e isso vai agitar as discussões. Nunca houve tantos candidatos a secretário-geral do PS como desta vez: foram quatro e normalmente era um só», argumentou, antes de frisar que o congresso foi marcado antes de se saber que ia haver eleições legislativas antecipadas.

Confrontado com sondagens que apontam para a derrota do PS nas próximas eleições, Almeida Santos disse não ser «daqueles que julgam que os dados estão lançados, porque está tudo em aberto».

Já sobre as condições políticas para que José Sócrates forme de novo um Governo minoritário, ou um Governo de coligação com outros partidos, o presidente do PS lamentou que as forças da oposição estejam a afirmar que, para coligações com o PS, exigem a saída de Sócrates.

«Eles não têm o direito de escolher quem é que lidera o PS. Se não quiserem fazer coligações com o PS por ser liderado por José Sócrates, quem bloqueará o país será a oposição. Quem bloquear assumirá as responsabilidades», advertiu.

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A seguir, o presidente do PS colocou dois possíveis cenários sobre o que acontecerá a seguir às eleições: «Se ganharmos as eleições, compete-nos a nós convidar os outros partidos para se fazer um Governo de maioria. Isto, se não ganharmos com maioria, como provavelmente não ganharemos».

«Se forem os outros a ganhar, a eles compete dirigirem-se a nós. Começaram por antecipação a afirmar que nunca fariam uma coligação com o PS dirigido por José Sócrates, mas quem manda na nossa direcção somos nós e não os outros. Mal iriam eles se pusessem em segundo lugar o interesse nacional e em primeiro lugar o ódio que possam ter a José Sócrates», respondeu.

Interrogado se José Sócrates deve abandonar o lugar de secretário-geral do PS se perder as eleições legislativas, Almeida Santos não considerou essa possibilidade.

«José Sócrates será secretário-geral antes das eleições, porque vai ser confirmado no congresso deste fim-de-semana. Portanto, quando as eleições ocorrerem, ele já é secretário-geral do PS [com mandato de dois anos]», disse.

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«Passividade» e «silêncio» de Cavaco

O presidente do PS considera que a «passividade» e «silêncio» de Cavaco Silva nos dias que antecederam a crise legitima que os mal intencionados pensem que o chefe de Estado desejou mesmo a crise política.

«O Presidente da República levou longe demais a sua passividade e o seu silêncio em relação à crise política, porque, no mínimo, deveria ter mandado uma mensagem à Assembleia da República. Li que [Cavaco Silva] considerou que não teve tempo, mas uma mensagem à Assembleia da República demora meia hora a redigir», observou o ex-ministro dos governos de Mário Soares.

Para Almeida Santos, esta alegada passividade de Cavaco Silva «não é compreensível».

«O Presidente da República correu o risco de os mal intencionados - que não é o meu caso, porque nunca o acusaria disso ¿ pensarem que o seu silêncio teve por explicação ele desejar a crise. Não penso isso, mas ele legitima que se tenha pensado nisso», disse, antes de se manifestar incrédulo com a actuação do Presidente da República.

Questionado se, tal como outros socialistas, também diaboliza o Fundo Monetário Internacional (FMI), Almeida Santos contrapôs que importa perguntar à Irlanda e à Grécia se o fundo tem sido um parceiro amigável, «porque eles dirão que só cria problemas».

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