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«Silêncio é mau, mas tem mais vantagens que inconvenientes»

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Marcelo Rebelo de Sousa fala sobre a «ausência» de Manuela Ferreira Leite

O ex-líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa afirmou esta segunda-feira, no Porto, que o silêncio do PSD nos últimos dois meses «é mau, mas tem mais vantagens que inconvenientes», informa a agência Lusa.

«É mau porque houve ruído interno, alguns vice-presidentes falaram, mas tem também a vantagem de permitir a preparação do programa, a solidificação a equipa que tinha chegado à direcção apenas há três meses e vem dar mais força às intervenções que se vão seguir», frisou, falando aos jornalistas à margem de uma conferência que proferiu sobre cidadania na escola de Verão de Física da Faculdade de Ciências do Porto, com alunos de Matemática e Física desta escola e de universidades de Angola, Cabo Verde, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e da Galiza (Espanha).

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«Continuo a apoiar Manuela Ferreira Leite, como tenho feito desde há quatro meses, e continuo a achar que é ela de longe dentro do PSD que tem as melhores condições para ganhar as eleições», afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que «o importante é que as metas que venham a ser fixadas pelo PSD já no dia 7 [no discurso da líder na universidade de Verão do PSD] sejam ambiciosas. O PSD tem que concorrer mesmo para ganhar e não só para tirar a maioria absoluta ao governo, não pode ficar atrás do governo em ambição».

Para o professor, «ao fazer isso o partido embala, cria mobilização e unidade e passam para segundo plano os ruídos da oposição interna». «Se houver ruídos, como por exemplo a regionalização, que é uma questão pesada, que pode dividir o partido, essa questão deve ser morta rapidamente com um Conselho Nacional que defina a posição do partido, para não ser afectada a caminhada para a vitória», alertou.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que «no momento em que Manuela Ferreira Leite arranque - pode ser já dia 7 ou em Outubro, no debate do Orçamento de Estado (OE), que é uma matéria que domina muito bem - e o PSD embale, os ruídos internos passam para segundo plano e serão banalizados, por muito que continuem, face à dinâmica eleitoral».

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O professor considera por isso que «tudo pesado, prós e contras», a questão do silêncio não representa, de facto, tempo perdido: «Considero que até ao Orçamento há um espaço de tempo em que a direcção do partido devia solidificar a equipa, preparar o programa, reforçar a mensagem e preservar a imagem. Para mim, os defeitos que pudesse ter o silêncio - e tinha alguns - são menores que as vantagens».

Manuela pode ganhar

O professor acrescentou que «neste momento o PSD tem condições objectivas para ganhar as eleições». «Não as tinha há alguns meses atrás, mas a situação económica nacional e internacional tem-se complicado, a situação social também, a insegurança tem subido, o que mexe muito na cabeça das pessoas», vincou.

Na sua opinião, estas circunstâncias levaram a que «a situação muito favorável de que desfrutava o governo de Sócrates tenha mudado radicalmente, mesmo dando de barato que o Governo vai usar a folga orçamental de que dispõe para fazer campanha eleitoral».

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Marcelo Rebelo de Sousa considerou ainda que a recente actuação do governo, em sucessivas operações das forças policiais em bairros problemáticos de Lisboa e do Porto, na sequência da onda de criminalidade que tem afectado o país, é «puro show off: «São actuações para a televisão que não têm nada a ver com a aquilo que aconteceu, é apenas uma manobra de diversão».

Ausência justificada

O director da Universidade de Verão do PSD, o eurodeputado Carlos Coelho, justificou hoje com «razões de calendário» a ausência do ex-líder Marcelo Rebelo de Sousa nos trabalhos, que são encerrados domingo pela presidente do partido.

«Já no ano transacto me tinha dito que não poderia estar por razões de calendário e confirmou-me isso há um mês», afirmou Carlos Coelho, em declarações aos jornalistas no início da Universidade de Verão do PSD, hoje à tarde em Castelo de Vide.

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