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PS: histórico propõe congresso extraordinário a Seguro

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Eurico Figueiredo diz que partido deve debater a «doente democracia portuguesa»

O histórico socialista Eurico Figueiredo propõe numa carta aberta ao secretário-geral do PS a realização de um congresso extraordinário do partido para debater a «doente democracia portuguesa», admitindo não acreditar no Laboratório de Ideias criado por António José Seguro.

Numa carta aberta dirigida ao secretário-geral socialista, a que a Lusa teve acesso, Eurico Figueiredo começa por explicar que esta forma de exprimir as suas opiniões «não implica qualquer crítica» à liderança de António José Seguro. «Pelo contrário: é precisamente um apelo à tua liderança», salienta o socialista.

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Ao longo de cinco páginas, Eurico Figueiredo deixa, contudo, o alerta para a necessidade urgente de iniciar o debate para a «regeneração» da democracia.

«Na regeneração da nossa democracia não há tempo a perder. E as soluções são de todos conhecidas. Só que têm que ser debatidas e interiorizadas pelos partidos políticos como urgentes e indispensáveis. Se não o fizermos só estamos a adiar o desastre», defende.

Por isso, acrescenta, justifica-se a realização de um congresso extraordinário do PS, «tendo como objetivo o diagnóstico e a terapêutica da doente democracia portuguesa».

Admitindo não temer assumir «opções minoritárias» ou mesmo «solitárias», Eurico Figueiredo deixa ainda críticas à criação de um Laboratório de Ideias e Propostas para Portugal, que «fundamentará o programa eleitoral que os socialistas apresentarão nas eleições legislativas de 2015, a pensar em 2024».

«Fiquei perplexo! Critica-se muitas vezes a democracia, por esta viver ao ritmo das campanhas eleitorais e não se preocupar com metas mais longínquas. Ninguém te poderá acusar de apostares no efémero. Mas também se costuma dizer que quando não se quer fazer nada, numa determinada área, cria-se uma comissão», diz o histórico socialista, admitindo não acreditar nesse Laboratório. «Lamento dizer-te que não acredito nada no teu Laboratório», refere.

O socialista admite ainda temer que Portugal e a Europa possam entrar num ritmo acelerado de situações novas, com forte regressão económica e aumento do desemprego, que acabem por resultar na necessidade de encarar a própria saída do euro, «apesar dos efeitos apocalíticos que essa situação possa provocar».

«Não me parece justificar-se adiar os debates que permitam represtigiar o regime democrático, partidos, deputados e Assembleia da República. O PS não pode ficar à espera das opiniões do Laboratório... Mais, se o PS não o fizer rapidamente será, infelizmente, uma oportunidade perdida», sustenta Eurico Figueiredo, enfatizando que «a democracia reforça-se com mais democracia».

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