A estreia de Fernando Nobre nas ruas da capital não galvanizou, mostrando que é em iniciativas organizadas e ambientes mais controlados que consegue maior mobilização.
Às oito da manhã, já Fernando Nobre estava na estação Fluvial do Cais do Sodré, mas o dia começou com o pé esquerdo. As pessoas estavam com pressa e a comitiva não fazia propriamente parar os peões. «Estão muito tristes, assim não pode ser. Têm que estar mais alegres», disse-lhes até uma mulher acabada de chegar no barco do Montijo a caminho do autocarro.
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Valeu-lhe a apoiante Catalina Pestana. A ex-provedora deu mais nas vistas e esteve mais animada no contacto com as pessoas, lembrando o tempo em que as campanhas presidenciais eram «muito mais divertidas» e as pessoas reagiam melhor às candidaturas.
Daí Fernando Nobre seguiu para Campo de Ourique, mas o candidato encontrou de manhã um mercado «vazio», tal como segunda-feira em Lamego.
«Os políticos só se lembram dos mercados quando há eleições, mas os mercados estão de rastos por causa das políticas dele. O senhor tem desculpa, porque é a primeira vez», disse a primeira comerciante que Nobre cumprimentou, acompanhado de uma comitiva mais numerosa do que o número de clientes e vendedores juntos.
Mais uma vez, acabou por ser Catalina Pestana a fazer as despesas da conversa e apelar ao voto: «não se esqueça que é o Fernando Nobre, o último da lista», disse a uma comerciante, orientando-a para a posição do nome do candidato nos boletins de voto.
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