A proposta do PS para permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo cria um problema constitucional, ao impedir o direito de adopção aos casais homossexuais. É esta a posição do líder do Bloco de Esquerda.
De acordo com a Lusa, Francisco Louçã defendeu esta quarta-feira que a proposta bloquista, que contempla a possibilidade de adopção, «resolve um problema», enquanto a do Governo «cria um problema», ao estabelecer que os homossexuais são «cidadãos de segunda».
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Sócrates impõe disciplina de voto contra adopção por homossexuais
O Bloco de Esquerda apenas decidirá na quinta-feira, em reunião da bancada, qual o sentido de voto em relação ao diploma do governo, mas o líder bloquista defendeu desde já que, ao proibir a adopção por casais homossexuais, a proposta do Executivo viola a Constituição.
Por outro lado, o projecto de lei do Bloco de Esquerda «não determina o direito de adopção», mas apenas reconhece o direito a estes casais de serem candidatos à adopção, sendo depois a decisão em função das qualidades parentais, justificou Louçã.
Franscico Louçã adiantou que o Bloco de Esquerda procurou «todas as formas de diálogo» com o Governo sobre esta matéria, mas sem sucesso. Por outro lado, sustentou o dirigente bloquista, o PS não assegurou ainda as condições de aprovação da proposta do Governo.
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«Só tem mais quatro votos e eu não sei se não há deputados que saiam da sala na altura da votação», admitiu. «Queremos ajudar uma lei que seja uma solução e não um problema, uma confusão e diminuidora das pessoas», afirmou.
«É lamentável a forma como o PS se fecha»
Os Verdes, que também apresentam um diploma que prevê a possibilidade de adopção, também fazem questão de lembrar à maioria relativa do PS que precisa dos votos de outras bancadas para fazer passar a proposta do Governo.
Heloísa Apolónia garante o voto favorável à proposta do Governo e considera que seria «lamentável» se o PS inviabilizasse os outros dois diplomas da esquerda.
«É lamentável a forma como o PS se fecha sobre a sua própria proposta», disse, lembrando que os socialistas «não farão nada sem os outros partidos à esquerda».
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