Algumas dezenas de pescadores de Quarteira deslocaram-se este domingo de manhã à localidade de Vale do Covo, Algarve, para tentar falar com o ministro da Agricultura e Pescas, mas Jaime Silva evitou o encontro abandonando o local, escreve a Lusa.
Momentos antes da chegada dos pescadores, que empunhavam bandeiras negras, Jaime silva procedia à recolha de lixo juntamente com caçadores em Vale do Covo, no âmbito do «Dia do Caçador pelo Ambiente».
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Ao ser informado da chegada dos pescadores, Jaime Silva decidiu abandonar o local numa viatura não oficial. «Isto só mostra a arrogância do ministro. Vê lá se ele dá a cara», comentou um pescador de Quarteira, referindo que Jaime Silva poderia ter dado «uma palavrinha» aos pescadores que só querem «trabalhar, mas com condições».
Os pescadores portugueses estão em greve desde sexta-feira, para protestar contra o aumento dos preços dos combustíveis.
Sábado, ocorreram incidentes na lota de Matosinhos, quando pescadores e armadores destruíram peixe que deveria ser entregue a instituições sociais.
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Momentos antes de sair de Vale do Covo, em declarações aos jornalistas, Jaime Silva criticou as medidas tomadas sábado pelos pescadores em Matosinhos e declarou que só se reúne com o sector se houver «atitudes responsáveis». «Eu apelo aos dirigentes que manterei o dialogo, mas não é um diálogo incondicional. O diálogo não pode passar por aceitar o não respeito da lei, como nós ontem verificámos na lota de Matosinhos».
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«Não posso aceitar que haja uma espécie de brigadas populares e ainda por cima com dirigentes patronais que são os armadores e que se substituem à polícia e decidem quem entra ou não em instalações públicas. Isso não é próprio de um Estado de direito e isso o Governo não pode aceitar», frisou.
Jaime Silva admitiu que está a procurar verbas «dentro do orçamento» do seu ministério e que está mesmo a «desviar verbas para acudir ao sufoco que alguma pesca menos competitiva está a ter».
«Atitudes como a de ontem não ajudam sequer o ministro da Agricultura e Pescas a ter margem de manobra dentro do Governo para encontrar as verbas e disponibilidades».
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