O ministro do Ambiente rejeita que a nova reforma da água seja o «primeiro passo» para uma privatização do setor, pelo contrário, afirma que esta é uma reforma que evitará esse cenário, e trará uma maior equidade a nível nacional.
No programa «Política Mesmo» da TVI24, o ministro Jorge Moreira da Silva rejeitou que o Governo alguma vez tenha ponderado uma privatização da Águas de Portugal, e que a prova disso são as cinco «empresas sustentáveis» que foram criadas durante a reforma.
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«Como eu sempre disse, o Governo não pondera, não equaciona e não admite a privatização da água e a prova disso mesmo é que conseguimos criar com esta reforma cinco empresas sustentáveis, do ponto de vista económico e financeiro, e não 19 empresas que padeciam de sustentabilidade e, no fundo, de impossibilidade de realizar mais investimentos».
«[Esta reforma] devia ter sido feita não há um, ou dois anos, mas há 20 anos. É uma reforma indispensável para promover vários benefícios, nomeadamente a coesão territorial. Nós não podemos estar de segunda a sexta a dizer que somos a favor da coesão territorial, do combate ao despovoamento do interior e depois encontrar pretextos para ao sábado e ao domingo não fazermos aquilo que é mais adequado. (…) Não é uma reforma popular [porque aumenta o preço da água para muitos dos utentes], mas fá-lo de uma forma a que as pessoas compreendem. (…) [Porque] os cidadãos do interior pagam tarifas de água, na vertente em alta, que chegam a ser duas a três vezes superiores em relação ao litoral, (…) porque no interior não existe o número de clientes tão elevado e existem custos maiores, mas é aceitável que perpetuemos esta situação?», continuou.
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«Está-se a tentar criar a ideia que não são casas de férias, mas no essencial estamos a falar de segundas habitações. Toda a gente gostaria, obviamente, de ter uma casa em cima da água no domínio público, mas isso não é aceitável. Não podemos chegar ali à Ria Formosa, à Arrábida, a Sesimbra, à Póvoa do Varzim ou a Vila do Conde e, porque entendemos que seria muito interessante, edificar em domínio público. Essas casas são ilegais há muito tempo».
«Aquele espaço é de todos, não é de alguns. Não estamos a demolir para fazer resorts, mas sim para que as ilhas barreira sejam de todos os algarvios, e todos os portugueses. (…) Das 800 habitações, apenas 100 são primeiras habitações, essas não são demolidas sem haver realojamento prévio. As outras 700 serão demolidas até junho, porque (…) estamos a pensar em todo o país».
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