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Tribunais: deputado do CDS contra proposta do Governo

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Hélder Amaral alerta ministra da Justiça que «coisas decididas num gabinete e por guia Michelin nunca dão bom resultado»

O deputado do CDS/PP eleito por Viseu criticou a proposta do Governo para extinção de tribunais, por considerar que apenas se baseia numa análise numérica, sem ter em conta as especificidades do distrito.

«O distrito de Viseu é talvez o exemplo mais gritante, atendendo à sua área geográfica extensa. Comparado com a realidade que conheço, o estudo está muito incompleto e tem até falta de rigor nalguns aspectos», afirmou Hélder Amaral à agência Lusa.

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A proposta do Governo, conhecida há uma semana, propõe para o distrito de Viseu (que tem 24 concelhos), a extinção dos tribunais de Resende, Armamar, Tabuaço, Castro Daire, Oliveira de Frades e Nelas.

O deputado admitiu que «é preciso reorganizar e reduzir, quer seja nos tribunais, na saúde e mesmo na educação», mas defendeu que as decisões têm de ir além do número de processos dos tribunais e das distâncias verificadas por um programa da Internet, até porque os concelhos não se resumem à sua sede e alguns têm grandes distâncias entre extremos.

«Dou de barato que, por exemplo, a zona de Lafões não precise de ter um tribunal em cada um dos concelhos. Mas compreendo mal o critério das distâncias», considerou.

Na sua opinião, se fosse tido em conta «o investimento feito em estradas, a coerência que tem de haver de acordo com a mobilidade das pessoas e os serviços de proximidade que têm que existir», faria sentido encerrar tribunais que ficam a menos de meia hora de Viseu, como Mangualde, Nelas, S. Pedro do Sul e Sátão.

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«Por que não centram os processos desses tribunais em Viseu e, com a poupança que se consegue nesses, mantêm abertos os de Tabuaço e Resende, onde as distâncias em tempo são maiores?», questionou, lembrando que no último caso os acessos para Cinfães também são condicionados pelas condições climatéricas no inverno e pela falta de uma rede de transportes públicos.

Hélder Amaral alertou a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, que «coisas decididas num gabinete e por guia Michelin nunca dão bom resultado», aconselhando-a a fazer uma visita ao terreno.

«A proposta não tem esse rigor de análise caso a caso. Não encontro uma linha condutora de poupança efectiva e, ao mesmo tempo, de manutenção de proximidade de serviços», frisou.

Por outro lado, Hélder Amaral manifestou dúvidas relativamente à fusão dos círculos judiciais de Viseu e Lamego numa única estrutura, na sede de distrito, e às consequências que terá na celeridade dos processos.

«Nos julgamentos que obrigam a ter três juízes, como é que vai ser se num dia tiverem que fazer um julgamento em Viseu, outro em S. João da Pesqueira e outro em Cinfães?», questionou.

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