O antigo coordenador do Bloco de Esquerda (BE) Francisco Louçã considerou hoje que a Europa "ficou congelada" com a proposta de referendo na Grécia sobre a aceitação ou não das propostas dos credores do país.
"Nunca até hoje, nunca na história da União Europeia ou da zona euro, tinha havido um ultimato como este", considerou o ex-dirigente bloquista.
PUB
O antigo dirigente do Bloco lamentou o contraste entre o "gigantismo da ameaça" que paira sobre o projeto europeu com a "pequenez dos números" que, indicam algumas notícias, separam as propostas dos credores e de Atenas: 600 milhões de euros.
"Afinal a diferença são 600 milhões de euros. É um quinto do BPN, um quinto do Novo Banco, vinte 'Gaitáns'", declarou, aludindo, neste último caso, a uma possível transferência do atual jogador de futebol do Benfica.
"São ideias civilizatórias, civilizadoras, uma nova ordem onde não pode haver contratos, não deve haver sindicatos, certamente não há bens comuns, certamente não há responsabilidade de todos sobre todos", advogou.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou hoje que as negociações com os credores internacionais vão ser retomadas a seguir ao referendo e defendeu que se o 'não' ganhar, isso não significará virar as costas à Europa.
"No dia seguinte ao referendo, retomaremos de imediato os nossos esforços para alcançar um acordo" com os credores internacionais, disse hoje o chefe do Governo grego, numa entrevista à televisão grega ANT1, descrita em inglês na sua conta oficial no Twitter.
Alexis Tsipras continua a apelar ao voto no 'não' no referendo que no domingo vai perguntar aos gregos se aceitam - ou não - as propostas dos credores, mas defendeu que uma vitória do 'oxi' (não em grego) "não quer dizer não à Europa, mas exigir uma solução realista".
PUB