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O ministro da Cultura defendeu este domingo, em Sintra, nos 20 anos da classificação da vila pela UNESCO, a cooperação com as autarquias e a sociedade civil para valorizar o património cultural como marca da identidade histórica e afirmação económica.
"Penso que é possível fazer um trabalho de cooperação com as autarquias e com a sociedade civil, com os agentes económicos, nomeadamente ao nível da hotelaria, do turismo e de outras áreas, para valorizar o nosso património cultural como uma das marcas da nossa identidade histórica e da nossa afirmação num plano de economias cada vez mais competitivas", afirmou João Soares.
"Mas também no plano estritamente pessoal, enquanto ex-autarca de Sintra na oposição, trata-se de um momento afetivo muito particular, por isso é que fiz questão de passar por aqui muito brevemente, correspondendo a um convite que me honrou muito do senhor presidente Basílio Horta", acrescentou João Soares, assumindo o retorno à vila "com grande prazer" e uma "pontinha de emoção".
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O presidente do município, Basílio Horta (PS), salientou que as comemorações também visam mostrar o que foi feito na vila, nomeadamente com a recente criação do Gabinete do Património Mundial, que vai ser um centro UNESCO.
"O Património Mundial preserva-se, mas vive-se. Para se preservar temos de ter políticas próprias e a câmara aí tem um papel muito importante, em conjunto com a [sociedade] Parques de Sintra-Monte da Lua", frisou o autarca.
O presidente da autarquia apontou a criação de uma Área de Reabilitação Urbana (ARU) para o centro histórico, com cerca de 180 hectares, para ajudar os proprietários a reabilitarem os imóveis degradados, penalizando em termos fiscais quem não o fizer.
"O primeiro desafio importante que Sintra precisa de ultrapassar é a mobilidade", admitiu Basílio Horta, acrescentando que "o problema não é de agora, que vem muito de trás, mas que agora se sente muito mais", quando no ano passado a vila teve dois milhões de visitantes e se estima que este ano chegue aos 2,4 milhões.
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A construção de um silo automóvel na Portela de Sintra, para mais de 700 viaturas, e outros dois parques de estacionamento na Estefânea e no Ramalhão permitirão condicionar o trânsito no centro histórico, perspetivou.
"Quando se chega a Sintra pela primeira vez, somos primeiro surpreendidos por essa mistura de estilos arquitetónicos, onde as influências góticas, mouriscas, barrocas e até asiáticas coabitam em perfeita sintonia", notou o vereador do Urbanismo e Património do município de Bruxelas, Geoffroy Coomans de Brachène.
O presidente substituto da comissão nacional da UNESCO, Jorge Lobo de Mesquita, considerou que pertencer à lista de Património Mundial "é simultaneamente uma distinção e um compromisso que Sintra tem muito dignamente sabido assumir" com a comunidade internacional e com a população local.
Para o social-democrata Fernando Seara, ex-presidente da autarquia, os 20 anos representam "um momento reconfortante", após "o período complicado entre 2005 e 2006", que foi ultrapassado "em articulação com a UNESCO e o comité do Património Mundial".
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