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PSD diz que 2015 é ano de esperança

Mas a oposição acusou a maioria de fomentar apenas a pobreza e a emigração

Na sua declaração política, a primeira de 2015 na Assembleia da República, o social-democrata referiu que em 2011 apenas a maioria PSD/CDS-PP respondeu positivamente «quando outros atiraram a toalha ao chão e deixaram o país sem autonomia, sem esperança, com o peso de uma dívida monstruosa e castradora do futuro das novas gerações». Simão Ribeiro advogou que «nenhum outro Governo teve de enfrentar tanta dívida» ou «teve de corrigir tantos erros do passado» como o executivo liderado por Pedro Passos Coelho, mas que 2015 se inicia «com uma nova esperança« e «mais liberdade e maior soberania» com a saída da troika. Da bancada do PS, o deputado Pedro Delgado Alves acusou o PSD de esquecer vários dados que mostram «a taxa de risco de pobreza a subir», a «pobreza infantil acima dos 30%» ou «a fuga de cérebros a aumentar», lembrando que a taxa de desemprego juvenil conhecida hoje (34,5%) é a maior da União Europeia. Já a deputada centrista Vera Rodrigues insurgiu-se contra os que no Parlamento se queixam «da falta de oportunidades para os jovens» mas são «contra os estágios profissionais».

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O PSD afirmou esta quarta-feira que desde 2011 o Governo se preocupou em defender o Estado social perante «uma dívida monstruosa» e dificuldades sem precedentes, enquanto a oposição acusou a maioria de fomentar apenas a pobreza e a emigração.

«Quem não tem memória não honra a sua história e é importante lembrar que este Governo, esta maioria, fez um relevante serviço na salvaguarda do Estado e em particular do nosso Estado Social», afirmou o deputado Cristóvão Simão Ribeiro, recentemente eleito líder da JSD, numa declaração política no Parlamento.

O novo líder da JSD criticou ainda o PS, caracterizando-o como o partido «das três bancarrotas em Portugal» e disse que a atual liderança de António Costa «quer mudança para ser Governo, mas não está disposta a mudar a sua forma de atuação».

«Em 2010, Portugal tinha um défice de 11,2%, o mais alto da nossa História democrática. Este cenário tem um rosto e um responsável, o responsável pelos 153 milhões de euros em relatórios e estudos associados ao TGV, pelas ruinosas PPP rodoviárias, pelo desastre da Parque Escolar», atirou, numa crítica aos socialistas.

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«A juventude portuguesa sabe que a dívida está controlada e Portugal financia-se a mínimos históricos, quem na realidade defende o Estado social é esta maioria, porque quem valoriza o Estado social é quem o paga e quem o reforma e não quem o afunda dando tudo a todos, até não haver mais nada para dar. Salvar o Estado social é tirar a troika de Portugal, não é pô-la cá dentro», sustentou.

«É azar, de facto», ironizou o antigo secretário-geral da JS, que lamentou «a mesma conversa estafada sobre o défice e as contas públicas» ou o «requentar do discurso sobre o TGV».

«Ou fazemos um debate sério, com base na realidade e nos números que infelizmente não são bons ou encaramos isto como uma mera troca de galhardetes, sem resultados para o país», rematou o socialista.

Pelo BE, a deputada Mariana Mortágua dirigiu-se a Simão Ribeiro para atacar «o rotativismo» entre os dois maiores partidos: «Fala do PS como se o PSD nunca tivesse governado este país, não tivesse a sua quota-parte das PPP, das rendas da energia, do apoio à banca e na crise e no défice».

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«O grande projeto de que se orgulha foi o projeto que retirou qualquer esperança de futuro neste país, o projeto que tornou a precariedade permanente na vida dos jovens», criticou, exemplificando com o aumento do trabalho em call centers, os «turnos em caixas de supermercados» ou a emigração para Londres, para França ou para os Estados Unidos.

Sobre a tese de que nenhum Governo enfrentou um cenário tão difícil, afirmou: «O próximo governo é a exceção a essa regra que aqui nos apresentou"»

No mesmo sentido, Rita Rato, do PCP, considerou que declaração política do PSD «passou ao lado dos problemas da juventude e do país« e pretendeu «sacudir responsabilidades pelo agravamento da situação com que os jovens portugueses estão confrontados».

«Não falou nos cortes do abono de família e no aumento da pobreza infantil, do emprego remunerado através de estágios profissionais, é bom relembrar que foi este primeiro-ministro que assim que tomou posse disse aos jovens "emigrem que não fazem cá falta"», afirmou a comunista.

«Preferimos um jovem a fazer um estágio profissional do que um jovem desempregado», acrescentou, sublinhando ainda que a maioria se deparou em 2011 com «um país em pré-bancarrota» e com «um desemprego jovem elevado mas que felizmente começa a baixar».

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