O deputado do Bloco de Esquerda Pedro Filipe Soares considerou que as propostas anunciadas nesta segunda-feira pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, são «mais do mesmo», acusando o Governo de ser «um fanático por ir ao bolso dos portugueses».
Em declarações aos jornalistas, à saída de uma reunião da Comissão Permanente de Concertação Social, Pedro Passos Coelho anunciou que o Governo está a preparar uma proposta de aumento de impostos, incluindo o IRS, para compensar uma devolução parcial dos subsídios de Natal e de férias retirados ao setor público e pensionistas e que «o IRS será o imposto privilegiado para o fazer», adiantando ainda que «a tributação sobre o capital e sobre o património» poderão também «ajudar a fazer esta compensação».
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«Quando nós ouvimos Pedro Passos Coelho anunciar as medidas que anunciou hoje, nós percebemos, em primeiro lugar, que o faz como resposta ao descalabro da sua própria orientação para o Governo. Por outro lado, demonstra que não sabe fazer mais do que ir ao bolso dos portugueses. Este Governo é um fanático por ir ao bolso dos portugueses, quer nos subsídios quer nos salários», criticou Pedro Filipe Soares.
Na opinião do deputado bloquista «afinal o Governo recua na TSU e avança fundo no bolso dos portugueses, através do corte nos salários e nos subsídios» e «isto é mais do mesmo, não há aqui novidade nenhuma».
«Só rompendo com esta obsessão do Governo é que nós conseguimos ter políticas capazes de resolver os problemas das contas públicas e também de lançar o país numa rota de crescimento», considerou.
Pedro Filipe Soares afirmou ainda que «o Governo não quer ver aquilo que é óbvio», que é a austeridade ter sido «chumbada pelo povo na rua».
«Nós gostávamos que fosse verdade que o Governo ouvisse o país mas quando um milhão de portugueses sai à rua, dizendo que está farto que lhe tirem parte dos seus salários, que essa política é errada e que é necessário encontrar alternativas e quando aquilo que Passos Coelho tira da cartola é mais cortes nos salários, nós percebemos é que o Governo não está a ouvir o país», condenou.
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