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Um grupo de destacadas 32 figuras portuguesas apela ao primeiro-ministro para aproveitar o debate sobre a Grécia no Conselho Europeu de hoje para inverter as políticas de austeridade seguidas internamente.
A «Carta ao primeiro-ministro de Portugal», noticiada hoje pelo Público, é subscrita por 32 figuras, como os ex-ministros Bagão Félix (CDS-PP) e Freitas do Amaral (executivos da AD/CDS e PS), Ferro Rodrigues e João Cravinho (PS), mas também pelo ex-líder parlamentar do PSD José Pacheco Pereira, pelo ex-coordenador do Bloco de Esquerda Francisco Louçã, pelos economistas Paulo Trigo Pereira, Pedro Lains e José Reis, pelo empresário Ricardo Bayão Horta, pela escritora Lídia Jorge, pelo ex-secretário-geral da CGTP Manuel Carvalho da Silva ou pelo ex-dirigente comunista Octávio Teixeira.
A missiva começa por manifestar preocupação quanto à «posição do Estado Português no Conselho Europeu de hoje», recordando que Pedro Passos Coelho «tem declarado que, mesmo perante a grave crise humana que se vive na Grécia, a política de austeridade prosseguida se deve manter inalterada».
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«Os factos têm evidenciado que este caminho é contraproducente», defendem os subscritores, entre os quais se encontram várias figuras do chamado «manifesto dos 70», que pedia a renegociação da dívida pública portuguesa.
Apesar de concordarem que «a Europa vive uma situação difícil, pelas tensões militares na sua periferia e pelos efeitos devastadores de políticas recessivas que geraram desemprego massivo», os signatários apontam como problema «o aumento do peso das dívidas soberanas e a deflação», que abalam assim «os alicerces de muitas democracias».
«Este momento exige por isso uma atitude construtiva, que conduza a uma cooperação europeia de que Portugal não se deve isolar», defendem.
«O momento atual oferece uma oportunidade que não pode ser desperdiçada para um debate europeu sobre a recuperação das economias e das políticas sociais dos países mais sacrificados ao longo dos últimos seis anos», sustentam.
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Defendem também a necessidade de Portugal favorecer «uma Europa que não seja identificável com um discurso punitivo mas com responsabilidade e solidariedade, que não humilhe Estados-membros mas promova a convergência, que não destrua o emprego e as economias mas contribua para uma democracia inclusiva».
«Estamos certos, senhor primeiro-ministro, de que agora é o tempo para este apelo à responsabilidade numa Europa em que tanto tem faltado o esforço comum para encontrar soluções para uma crise tão ameaçadora”, concluem os 32 subscritores da “Carta ao primeiro-ministro de Portugal».
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