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Passos admite abrir linhas de crédito especiais na questão do leite

Primeiro-ministro insistiu, porém, na necessidade de respostas europeias aos problemas resultantes do fim das quotas leiteiras

Durante o discurso na AgroSemana - Feira Agrícola do Norte, na Póvoa de Varzim, o chefe do Executivo falou dos impactos nos agricultores portugueses resultantes do fim das quotas leiteiras, defendendo que em Bruxelas sejam tomadas "decisões que sejam comuns" porque não é possível dizer que "a política agrícola é comum e agora cada país que resolva os impactos deste problema". O governante recordou que a preferência de Portugal era que fosse possível garantir preços de referência mais realistas, mais adequados, sendo necessárias medidas de compensação efetiva ao rendimento dos agricultores. Também esta sexta-feira, a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, mostrou-se otimista num resultado positivo para o setor leiteiro, na cimeira de ministros da Agricultura da União Europeia, que decorre na próxima segunda-feira, em Bruxelas.

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O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, insistiu esta sexta-feira na necessidade de respostas europeias aos problemas resultantes do fim das quotas leiteiras, mas admitiu que o Governo vai avançar com medidas nacionais, na área da segurança social e linhas de crédito.

Passos Coelho antecipou que "a muito breve prazo a senhora ministra [da Agricultura] estará em condições de divulgar, juntamente com a área da segurança social, medidas que permitam que as comparticipações à segurança social possam ter um regime mais favorável no período de maior dificuldade que os agricultores estão a viver justamente por causa destes problemas".

"É muito natural também que possamos vir a abrir linhas de crédito especiais, que permitam que as explorações que queiram fazer opções de diversificação o possam fazer."

"É muito importante que nós possamos ter ao nível europeu uma solução para este problema", enfatizou, assegurando, no entanto, que o Governo não deixará de fazer tudo o que estiver ao seu alcance em termos nacionais.

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Passos Coelho foi perentório: "nós conseguiremos ter soluções que procurem atenuar estes efeitos enquanto outras respostas não vierem, mas precisamos de respostas europeias".

Para o primeiro-ministro não é possível "estar numa Europa ‘à la carte’", ou seja, não se pode "bater muito na Europa quando as coisas nos desagradam e elogiar muito a Europa quando as coisas nos sorriem", sendo necessário tomar a participação na União Europeia como um todo.

Passos Coelho explicou ainda que "por uma questão de escala" nunca seria possível a Portugal fazer compensações aos agricultores "ao mesmo nível que elas podiam ser feitas em Espanha ou em França ou noutros países", o que "penalizaria de uma forma injusta o esforço que os agricultores portugueses fizeram.

"Não sei o que vai resultar dessa reunião de segunda-feira. Nós temos procurado atrair para as nossas posições o maior número de parceiros possível. É importante que cada país não fique a olhar apenas para o seu problema porque se isso acontecer nós não teremos uma resposta na próxima semana que seja verdadeiramente comum e europeia."

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"Alguma coisa se vai resolver na próxima semana, que venha ao encontro das nossas pretensões. Seja exatamente a medida que propusemos ou outra que tenha efeitos semelhantes", disse.

Ministra otimista num resultado positivo

A governante acredita que serão encontrados mecanismos alternativos ao fim das quotas leiteiras que possam proteger os produtores nacionais.

"Este não é um problema de Portugal, é também um problema da Europa e vamos discutir e pedir à Comissão Europeia medidas de suporte para este período difícil que os produtores estão a atravessar."

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