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Passos admite que austeridade está «a ganhar menos relevância»

No entanto, primeiro-ministro avisa que Portugal não poderá «aligeirar as preocupações com as contas públicas». Ferro Rodrigues considera que a análise de Passos Coelho aos dados da execução orçamental é «uma espécie de história da carochinha»

Pedro Passos Coelho destacou que, nesta altura, «a austeridade ganha menos relevância e a capacidade para crescer torna-se mais notória». Por isso, Passos repetiu várias vezes: «Não foi a receita, foi o controlo da despesa que nos permitiu alcançar a meta do défice». Passos Coelho garantiu então que «não há nenhuma história da carochinha» e contrapôs que o líder parlamentar socialista «não contestou» os números sobre a execução orçamental. As posições de Passos Coelho foram mais tarde reforçadas pelo líder parlamentar do CDS-PP, que acusou a oposição de não reconhecer os dados da execução orçamental. «Enquanto o país recupera, a oposição desespera, fica sem discurso, mas o país fica melhor», disse Nuno Magalhães.

O primeiro-ministro admitiu esta sexta-feira, no debate quinzenal no Parlamento, que a austeridade está «a ganhar menos relevância». No entanto, avisou que o país nunca poderá «aligeirar» a preocupação com a consolidação orçamental.

«O facto de permanecerem constrangimentos de natureza orçamental não significa que não haja espaço para que a nossa trajetória futura se concentre mais no crescimento económico do que na consolidação. Nenhum país que deseje um equilíbrio entre crescimento económico e consolidação orçamental poderá nunca aligeirar as preocupações com as contas públicas».

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Na sua intervenção inicial, o primeiro-ministro destacou os dados da execução orçamental de 2014, principalmente o facto de «a redução de despesa ter contribuído com dois terços do esforço para o resultado alcançado».

«Este era um balanceamento apresentado desde 2011 como virtuoso no processo de consolidação. O Governo nem sempre conseguiu esta repartição, porque teve de corrigir várias vezes medidas que tinha adotado que correspondiam a este objetivo».

Estes dados da execução orçamental, para o primeiro-ministro, vão «permitir» que o Governo «centre a preocupação sobretudo nas políticas de crescimento e emprego, em vez de nas políticas de contenção». E, portanto, Passos Coelho considera que há razões para «algum moderado otimismo».

No entanto, sobre este assunto, o líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, acusou o primeiro-ministro de trazer ao Parlamento «não um conto de crianças», numa alusão à reação de Passos Coelho à vitória do Syriza na Grécia, mas sim «uma espécie de história da carochinha». 

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«O primeiro-ministro vem aqui com uma mal contida e absolutamente despropositada euforia. 2014 foi o ano de maior overdose fiscal na vida de todos os portugueses», justificou Ferro Rodrigues, destacando os «cortes no investimento publico e nas prestações essenciais para os mais pobres».

«Overdose? 2014 não foi ano de agravamento fiscal. Não trouxe um aumento das taxas tributárias, até pelo contrário, trouxe um desagravamento de IRC (…) O PS tem sempre uma certa dificuldade em compatibilizar o seu discurso com a realidade».

O democrata-cristão considera ainda que são estes indicadores positivos que explicam «três números que a oposição procurou fazer», com os vistos gold, o BES e os submarinos, que motivaram o «regresso da inefável Ana Gomes».

Durante o debate quinzenal desta sexta-feira no Parlamento, o primeiro-ministro foi acusado, pelo PS, de se sentir «em dificuldades» com as mudanças que estão a ocorrer na Europa. Passos Coelho suavizou então o discurso sobre a vitória do Syriza na Grécia, mas adiantou que não aceita uma conferência europeia para debater a reestruturação da dívida

O momento mais «quente» do debate ocorreu quando se discutiam os cortes na Saúde. A discussão entre Passos Coelho e as deputadas do Bloco de Esquerda foi mediada por Assunção Esteves.  

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