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Portugal duro com a Grécia? "Era o que me faltava", diz Passos

Primeiro-ministro rejeita acusação do ministro das Finanças de França, que diz que não são os países grandes, mas os pequenos, que estão a prejudicar o alcance de um acordo

Passos Coelho ripostou que "estar a atribuir responsabilidades negociais a um país ou a outro" não cola com o processo negocial, que é conduzido pelas instituições e não pelos ministros das finanças. "Não são eles que estão a negociar. O que os ministros das finanças fazem é responder às avaliações que são feitas por estas negociações. Não são parte direta nas negociações, portanto esse comentário nem sequer faz sentido", atirou. Com as - até ver o que os gregos decidem na consulta popular, e como o prolongamento do segundo resgate terminou com incumprimento nos pagamentos, Atenas caminha para o terceiro resgate. Se Portugal tiver de contribuir para o terceiro resgate grego (emprestou 1.100 milhões até agora) fá-lo-á, dado que é uma "imposição da solidariedade europeia".

"Era o que me faltava estar agora a fazer comentários sobre o que diz um ministro das Finanças". O primeiro-ministro respondeu assim quando questionado esta quarta-feira sobre as declarações do ministro francês das Finanças sobre a dificuldade em alcançar um acordo para a Grécia. Michel Sapin afirmou hoje que  "os mais duros não são os alemães, mas os pequenos países" que fizeram "esforços significativos". Ora, para além da Grécia, só Irlanda, Portugal e Espanha (para a banca) foram alvo de resgates e forte dose de austeridade.

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"Era o que me faltava estar agora a fazer comentários sobre o que diz um ministro das Finanças. Não, [Portugal] não está [a ser duro] e quero aproveitar para esclarecer que a posição que o Eurogrupo assumiu foi unânime, se não contarmos com a Grécia"

Já sobre as palavras do Presidente francês, que quer um "acordo já", o chefe de Governo português disse não fazer ideia do que François Hollande pretendeu dizer com isso.  Acrescentou apenas que "não há nenhum chefe de Estado e de Governo ao nível da zona euro que não comungue da preocupação do que se está a passar" e que é preciso esperar pelo resultado do referendo convocado por Alexis Tsipras. 

"Se dependesse estritamente da nossa escolha, nós preferiríamos que esta situação - que traz incerteza para todos os cidadãos europeus e certamente para os gregos - seria evitada".

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Passos Coelho manifestou o desejo de que se possa chegar a um entendimento, "em primeiro lugar, porque o povo grego precisa" e, por outro lado, "as instituições são credoras da Grécia" que, recordou, recebeu cerca de 200 mil milhões de euros, sem contar com a ajuda do FMI.  

"Negociações fazem parte da história"negociações suspensas - decisão do Eurogrupo

Embora tenha dito que é "totalmente prematuro" comentar um processo que ainda não se iniciou, até por não querer "dar a impressão que estamos a interferir" no referendo, Passos Coelho espera que, se o governo grego "entender suscitar a questão, haverá então lugar a um processo que será diferente, seguramente, espera-se, daquele que foi conduzido até aqui".

"Aquilo que quero insistir, porque me parece que às vezes no espaço público, pode não ser tão claro é que a matéria negocial que se desenvolveu até final da semana passada, é uma matéria que faz parte da história, não é uma questão que está hoje em aberto. Uma vez que não houve entendimento, infelizmente, é um processo que está concluído".

 

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