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Portas pede para Sócrates sair e sugere Governo PS/PSD/CDS

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Líder do CDS-PP aceita uma solução de salvação nacional com outro primeiro-ministro socialista, mas mais moderado

Paulo Portas foi directo ao assunto: como seria pouco eficaz apresentar uma moção de censura («porque o PSD rejeitaria»), a solução poderá passar por um governo de salvação nacional, sem José Sócrates e que juntasse para os próximos três anos PS/PSD/CDS, até com outro socialista, mas mais moderado.

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Os rumores já circulavam entre os corredores. O próprio José Sócrates esteve ausente durante cerca de dez minutos, enquanto Paulo Portas também esteve a preparar o seu discurso. E o líder do CDS disse mesmo coisas importantes.

Começou por dizer que o discurso do primeiro-ministro está fora da realidade, há demasiado tempo. «Sócrates conduziu o país até aqui», «tem contactos curtos e intermitentes com a realidade» e é «o político errado para esta hora difícil». Portas disse que o primeiro-ministro «mentiu, iludiu, errou, facilitou, enganou, incumpriu, negou e fantasiou».

«O sr. quis enganar toda a gente ao mesmo tempo», frisou, dizendo que «os satisfeitos são poucos e os desiludidos são imensos». Na opinião de Portas, Sócrates «usa o auto-elogio como religião pessoal».

O ataque foi directo: «Para a maioria dos portugueses Sócrates já é passado»

«A sua maior qualidade, a determinação, deixou de prestar qualquer serviço ao pais», frisou, considerando que o chefe do Governo «é determinado no erro, na ilusão e na fantasia».

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«O Governo não vem apresentar aqui uma moção de confiança, porque sabe que não vai ter o apoio suficiente e qualquer moção de censura não prospera porque o PSD salvará o Governo. Fazem juntos, mas não querem ficar juntos», frisou, passando ao essencial:

«O primeiro-ministro está tão fragilizado que não consegue fazer uma remodelação, porque ninguém querer ficar associado a este Governo», referiu, alertando para a possibilidade do «absurdo político» de haver um país com Governo, «mas sem orçamento, nem eleições», porque a constituição não o permitirá.

«Mesmo depois das presidenciais, a mera conjunção dos prazos permite perceber que Portugal só poderá ter um novo Governo daqui a mais de um ano. Pode Portugal ficar mais um ano à deriva?»

A intervenção certeira, por muitos já considerada brilhante», levou Paulo Portas até a considerar que o PS e o PSD «alimentam uma guerrilha pública que não é coerente com o apoio que existe», como acontece com as dúvidas sobre revisão constitucional».

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Portas não podia esperar mais: «Perante o impasse, é minha obrigação dizer o que penso e o que o patriotismo reclama. Sr. primeiro ministro: o senhor é passado, já não recupera, os portugueses não o vêm como solução, mas como problema. Ponha a mão na consciência. Tenha um gesto de humildade e saia»

Para Portas, a solução está num governo de salvação nacional, com um socialista «mais moderado» e uma «coligação entre PS, PSD e CDS durante três anos para tirar Portugal deste atoleiro, deste pântano. Mas consigo não é possível».

«Faço um pedido difícil, mas ofereço uma solução duradoura», vincou Portas, numa bomba que lançou fragmentos mortais com vários destinatários. Pouco depois, ao telefone, os líderes parlamentares trocavam impressões. Os telefonemas entre Francisco Assis, Paulo Portas, Miguel Macedo e até Jorge Lacão não terminaram. Sócrates ficou muito tempo a olhar o vazio.

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