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Red Bull: Porto alerta Cavaco para «discrepância de apoios»

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Turismo de Portugal reserva 61 por cento das verbas para a capital, diz autarca. PCP sugere «grande festival»

Artigo actualizado às 14h56

A Câmara do Porto vai alertar o Presidente da República (PR) para a «forma tendenciosa» como são distribuídos os incentivos do Estado na área do Turismo, revelou esta terça-feira o vereador do Turismo, Inovação e Lazer, Vladimir Feliz, citado pela Lusa.

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As críticas surgem a propósito da mudança da Red Bull Air Race para Lisboa, mas vão mais longe, devido à «discrepância» regional nos apoios dado pelo Turismo de Portugal (TP).

Vladimir Feliz considerou, em conferência de imprensa, que se trata de uma situação «revoltante» e de uma «vergonha», mostrando uma «completa ausência de respeito pelo país».

«O distrito de Lisboa é contemplado com a grande fatia dos apoios ao sector do Turismo. São 49 milhões de euros contra 21 milhões de euros para o resto do país. Mas a situação é mais gritante quando verificamos que, desses 49 milhões, 43 milhões são para o concelho de Lisboa. Ou seja, 61 por cento dos apoios concedidos pelo TP foram directamente para a capital», lamentou.

Entretanto, os eleitos da CDU no Porto e Gaia propuseram hoje a realização, no Verão de 2010, de um «grande festival» no Rio Douro que substitua as corridas de aviões da Red Bull Air Race.

Em conferência de imprensa, o vereador da CDU na Câmara do Porto, Rui Sá, defendeu que esse «grande festival» deveria integrar «componentes culturais, desportivas e recreativas», nomeadamente música e desportos náuticos.

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Rui Sá salientou que a proposta de um festival «deve ser encarada como uma tentativa de transformar em oportunidade o fim de um evento que teve um grande êxito de mobilização popular».

O autarca defendeu que o futuro evento marque anualmente o fim do período de animação de Verão da região, devendo o programa ser articulado, «no mínimo», pelos municípios do Porto, Gaia e Matosinhos, juntando iniciativas já existentes ou criando outras.

Rui Sá deu como exemplos a possibilidade de se juntar os festivais de música Marés Vivas (Gaia) e Porto Sounds, o regresso ao Douro de uma grande regata internacional de veleiros, a realização de provas de motonáutica e a associação de uma componente gastronómica.

«Atestado de ignorância»

Também esta segunda-feira, o vice-presidente da Câmara de Gaia, Marco António Costa, considerou que a Red Bull tentou passar «um atestado de ignorância» ao Norte ao justificar a transferência da corrida de aviões para Lisboa com as «limitações naturais» do Rio Douro.

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«Não é a morfologia do rio que mudou. Trata-se de uma decisão da empresa, tomada por motivos certamente importantes que não vislumbramos», disse.

O autarca lamentou que «tantas vezes se procurou alimentar dissidências entre as câmaras do Porto e de Gaia e quando elas se uniram para trazer para Portugal uma prova de excelência em termos internacionais, para competir à escala global e atrair turismo, outros preferiram vir aqui pagar mais e levar a prova para outra cidade».

«Preferia que quem cá veio buscar a prova tivesse disputado no mercado internacional, como nós fizemos, eventos que trouxessem mais-valia para Portugal, como uma prova de Fórmula 1 no Estoril ou um circuito urbano de automobilismo em Lisboa. Mas nunca vir buscar internamente o que já existe», disse. Ninguém no Norte «vai ao sul roubar empresas ou aliciar eventos», disse.

«Vamos internacionalmente procurar eventos que tragam um valor estratégico para o país. É uma mentalidade do Norte, que é pelos vistos diferente da de outros», concluiu.

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