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Passos Coelho: «Não é difícil aparecer um demagogo»

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Pedro Passos Coelho alertou este domingo para o perigo de as actuais condições de desigualdade na sociedade portuguesa poderem levar ao aparecimento de um demagogo «que prometa o céu» e leve o país «para o precipício», noticia a agência Lusa.

Falando numa sessão de esclarecimento da sua candidatura à liderança do PSD em Loulé, o ex-presidente da JSD considerou que as actuais condições sociais do país, com uma classe média depauperada e gente com dificuldade em fazer «uma refeição por dia» são «uma porta aberta ao populismo».

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«Porquanto há democracia e cada vez mais gente que percebe que está a ficar afastada da riqueza, não é difícil aparecer um demagogo que prometa o céu à grande maioria do eleitorado, para o levar para um abismo ainda maior do que o que existe», alertou, perante uma plateia de cerca de uma centena de militantes.

«Estamos a recuar 40 anos»

Passos Coelho evocou números do Banco Alimentar contra a Fome, segundo os quais «o número de pessoas que precisa de assistência de alimentos duplicou em menos de um ano», mas falou também da classe média, que «tem que pensar muito bem entre as opções lúdicas e a hipótese de comer o mesmo número de refeições por dia».

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«Estamos a cavar uma injustiça muito grande entre a maioria e uma meia dúzia de pessoas que vivem cada vez melhor», considerou, aduzindo a emigração para Espanha e outros países como um sinal de que «estamos a recuar 40 anos».

«Tecnicamente não há recessão económica, mas o fraco crescimento que estamos a ter está a induzir o país para uma crise social de que não há memória nas últimas dezenas de anos», afirmou.

Reforma do Estado

Considerou que o Estado «não vai ter dinheiro» para acorrer a essas situações e propôs como única saída a reforma do próprio Estado, no sentido da diminuição da despesa.

Numa referência directa à sua concorrente Manuela Ferreira Leite, disse: «Não vale a pena dizermos que só baixamos os impostos quando pudermos fazê-lo», porque «é preciso reformar o Estado para criar condições para que os impostos baixem».

«É obrigatório baixar os impostos e se não o fizermos não há Estado social nem democracia que resistam aos tempos que aí vêm», disse, adiantando que quer que o Estado «funcione bem onde não pode deixar de haver Estado».

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Numa outra alusão à ex-ministra das Finanças de Durão Barroso, Passos Coelho defendeu que «o PSD não deve fazer o mesmo que o engenheiro Sócrates» em matéria de aumento da carga fiscal.

Recordando que, durante os debates parlamentares com José Sócrates, Pedro Santana Lopes é motivo de comparações por parte do primeiro-ministro, Coelho recordou que só ele está em condições de evitar essas alusões ao passado.

«Eu não lhes dou nenhum pretexto pessoal para andarem sempre a recordar a nossa governação», enfatizou, sustentando que «o que importa é o futuro».

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