Viana do Castelo recebeu esta sexta-feira dois candidatos de uma só vez. E não foram uns candidatos quaisquer. Defensor Moura é ex-presidente da Câmara local e Cavaco Silva é o actual Presidente da República. Falamos, portanto, de dois «presidentes» que nada têm em comum.
O mercado municipal da cidade praticamente não alterou a sua rotina para receber Defensor Moura. Apenas com menos de uma dezena de apoiantes atrás, o candidato só foi notado pelo aparato que as câmaras de televisão provocam.
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«Ele é que é nosso. Somos de Viana, temos de votar nele», dizia uma apoiante, ao tentar convencer os vianenses a votar no seu candidato. «Conheço-o desde os 16 anos, é fácil votar nele», respondia uma conhecida de Defensor Moura.
Tratado muitas vezes por «presidente», o candidato lá ia reconhecendo umas caras e evitando cruzar-se com a campanha de Cavaco Silva para «não provocar» ninguém.
É que uns metros adiante já se ouvia o barulho infernal da banda que ia acompanhar a arruada de Cavaco Silva e viam-se dezenas e dezenas de apoiantes a juntar-se.
Deixar a campanha de Defensor Moura e passar para a de Cavaco foi como entrar num novo mundo. Um mundo repleto de panfletos, autocolantes e bandeiras, em que a «máquina» de campanha «engoliu» completamente um candidato independente que até estava a jogar em casa.
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«Já que estou aqui vou ver o senhor presidente», dizia uma vianense, que, no entanto, não conseguiu sequer aproximar-se do actual Presidente da República. Não era fácil atravessar a multidão de assessores, seguranças e jornalistas.
Mas houve quem conseguisse. «Eu dei-lhe um abraço», garantiu uma senhora. «Pois eu dei-lhe um abraço e um beijinho», retorquiu a amiga. E lá ganhou a discussão.
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