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Seguro fala em três diferenças de fundo com Passos

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Líder do PS defende que primeiro-ministro não tem qualquer visão política a longo prazo

O secretário-geral do PS afirmou esta terça-feira que, entre si e o primeiro-ministro, há três diferenças de fundo ao nível das concepções económicas, considerando que Passos Coelho não tem qualquer visão política de longo prazo sobre o país, noticia a Lusa.

António José Seguro falava no final de um almoço do American Club, numa intervenção em que procurou marcar as diferenças em termos de ideários político, económico e social entre os actuais PSD e PS.

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Para o secretário-geral do PS, o primeiro-ministro acredita que «por automatismo», depois de uma trajectória de pura consolidação orçamental, baseada em medidas de austeridade, se resolve o problema do crescimento económico.

«Mas é um erro», contrapôs Seguro, antes de defender como soluções, além da vertente da consolidação orçamental, a existência de medidas de apoio ao sector exportador, às pequenas e médias empresas e à indústria que produz bens transaccionáveis.

Neste contexto, o líder dos socialistas insistiu na necessidade de Portugal abrir uma linha de crédito junto do Bando Europeu de Investimentos (BEI), na ordem dos cinco mil milhões de euros, tendo como garantia os fundos comunitários que o país receberá nos próximos anos.

«Pode um país deixar morrer empresas competitivas só por não terem acesso ao crédito? Tudo o que possa ser feito para injectar liquidez na nossa economia é decisivo», advogou.

Como segunda diferença entre ele e o primeiro-ministro, Seguro disse estar convencido que Passos Coelho «olha para o Orçamento como um fim em si mesmo».

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«Eu olho para o Orçamento como um instrumento, como um meio para atingir um fim», disse.

«Depois - e aqui é a terceira distinção face ao primeiro-ministro -, considero que o Orçamento não deve ser a única nossa preocupação, porque que se exige aos líderes deste país visão e horizonte, que consigam perspectivar o que se quer de Portugal a 15, 20 ou 25 anos. Todos os instrumentos devem estar orientados para servir esse objectivo, mobilizando as capacidades, as energias e os sacrifícios dos portugueses na mesma direcção», sustentou.

A seguir, ainda sobre este ponto específico, Seguro deixou à plateia uma questão: «É isso que está a acontecer em Portugal, um país que se confronta com tanta insegurança, com tanto receio, com pessoas que fazem contas à vida e têm medo?».

Na perspectiva do secretário-geral do PS, em contrapartida, deveria haver «uma concertação social para as próximas décadas, capaz de mobilizar os principais actores sociais e não apenas a pensar em pequenas mudanças de lei«.

«Só uma estratégia pode dar sentido aos sacrifícios que se pedem», acrescentou.

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