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Marques Mendes é «um líder menor», ataca Valentim

Líder do PSD «ainda não tem dimensão» para preocupar o candidato a Gondomar, mas há militantes do PSD que não o apoiam por medo de represálias. Major reconhece que a verdadeira oposição está dentro do partido a que pertence há 30 anos

O ataque feroz ao líder do PSD, Marques Mendes, marcou a apresentação da candidatura de Valentim Loureiro à Câmara Municipal de Gondomar. Perante centenas de gondomarenses entusiasmados e atentos, o Major criticou a actuação de «um líder menor» que toma decisões «arbitrariamente», mostrando que nas autárquicas de Outubro a sua verdadeira oposição está dentro do partido a que pertence há 30 anos.

Valentim acusou Marques Mendes de ter tentado «minar» a sua candidatura a Gondomar, inclusive através da pressão sobre os seus apoiantes. «Há muitos militantes do PSD, de Gondomar e não só, que queriam ter estado aqui hoje, mas não vieram por medo de represálias», disse o Major. E explica que, «Marques Mendes ganhou à tangente em Pombal, e receia perder novamente [no congresso do próximo ano], por isso quer expulsar todos os que não estão com ele».

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Mas mesmo assim, Valentim tenta minimizar a influência do líder do partido e de um possível processo disciplinar dizendo: «Marques Mendes ainda não tem dimensão para eu me preocupar com ele».

Marques Mendes recusou o apoio do PSD à candidatura de Valentim Loureiro à Câmara de Gondomar nas eleições 9 de Outubro, alegando razões de credibilidade e de confiança política. Recordando os motivos alegados por Marques Mendes, Valentim acusa o líder laranja de se ter aproveitado «de situações que justificam solidariedade, para demonstrar poder», e afirma que estas «são demonstrações de toques autoritários e ditatoriais de líderes menores».

E não foi só Valentim que criticou Marques Mendes. O discurso inflamado do candidato suscitava críticas ainda mais ferozes por parte dos gondomarenses.

Valentim Loureiro apresentou-se como candidato pelo grupo independente «Gondomar no coração», mas se lhe faltou o apoio do partido, o mesmo não se passou em relação à população de Gondomar. «Para fazer um partido novo, são precisas cinco mil assinaturas, para ser candidato são precisas quatro mil. Nós conseguimos oito mil», afirmou.

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Mas mesmo sendo independente, Valentim não quer ser comparado a outros candidatos na mesma situação. Numa clara tentativa de se demarcar de Isaltino Morais, candidato à Câmara de Oeiras, no dossier distribuído à imprensa pela candidatura do Major, podia ler-se que «não é legitimo introduzir todas [as candidaturas] no mesmo saco, sobretudo porque Valentim «é actual Presidente da Câmara, nunca tendo deixado de o ser nos últimos 12 anos».

Fazendo jus ao slogan de campanha, «mas... em Gondomar mandam os gondomarenses», Valentim avisa que, apesar das sondagens lhe darem a vitória, «as eleições ganham-se no dia dos votos, e quando eles entrarem nas urnas».

Intitulando-se como aquele que «fez mais por Gondomar e pelos gondomarenses», o Major recorda que «ainda há coisas por fazer». Quanto aos projectos que ficaram para trás ou que se atrasaram, Valentim garante que se deu bem com os Primeiros-Ministros que Portugal teve nos últimos anos, mas não deixa de dizer que «foram muitos, em pouco tempo, e isso não permitiu que houvesse estabilidade para que fizessem as obras com que se tinham comprometido».

Valentim Loureiro será candidato independente nas autárquicas de 9 de Outubro, mas leva consigo a grande maioria dos vereadores eleitos pelo PSD na Câmara Municipal de Gondomar.

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