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"Putin recordou ao mundo que ele é um Czar"

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Para MNE português anexação da Crimeia foi a "maior violação do direito internacional da europa desde a II Guerra Mundial"

No seu entender, a leste, não há um risco de uma nova Guerra Fria porque "não há uma questão ideológica" mas sim "questões nacionais", que são "mais difíceis de resolver". Por outro lado, nas prioridades norte-americanas está o acordo de livre-comércio no Pacífico, com a Ásia, algo que pode ainda prejudicar a expetativa dos governantes europeus. Além disso, o número de interlocutores dos dois lados e as implicações para os vários estados norte-americanos, que têm legislação fiscal autónoma em muitas matérias, também prejudica a negociação, acrescentou. O acordo, que visa eliminar barreiras alfandegárias e regulamentares entre os Estados Unidos e a União Europeia, está a ser negociado desde 2013 entre as duas partes, e as negociações têm conclusão prevista até ao final deste ano.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou hoje em São Paulo que a crise ucraniana constitui um "conflito congelado" difícil de resolver, porque "Putin recordou ao mundo que a Rússia é um império e que ele é um czar".

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A anexação da Crimeia foi a "maior violação do direito internacional da europa desde a II Guerra Mundial", afirmou o ministro português, numa palestra na Universidade Fundação Armando Álvares Penteado, perante alunos de economia e relações internacionais, que assinalou o fim da sua visita de quatro dias ao Brasil.

"Estou mais otimista em relação à [recuperação económica] Europa" do que em relação ao "conflito congelado" que existe na Ucrânia, que "limita muito a ação da União Europeia fazer ao resto do mundo", afirmou Machete.

Já a sul, a Europa apresenta vários problemas relacionados com o "terrorismo 'jihadista'". No caso da Líbia "não há um Estado falhado, não há é simplesmente Estado", exemplificou Rui Machete que, sobre Portugal, insistiu que o país está num processo de recuperação, semelhante à Irlanda, Espanha ou Itália.

Num discurso informal perante os alunos, Machete também se mostrou confiante na superação das dificuldades na Grécia, agora que "parece que [os governantes gregos] ganharam juízo" nas negociações com a União Europeia.

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Machete duvida de acordo rápido

Rui Machete manifestou-se ainda cético em relação a um acordo rápido no Tratado Transatlântico de Livre Comércio e Investimento (TTIP, em inglês) entre a União Europeia e os Estados Unidos.

O chefe da diplomacia portuguesa reconheceu que o acordo comercial entre o Mercosul (América Latina) e a Europa não é tão prioritário porque Bruxelas está a fazer um esforço para fazer passar o novo tratado no Atlântico Norte ainda durante o mandato do Presidente dos Estados Unidos Barack Obama.

"Na hierarquia europeia, o TTIP tem primazia" para tentar obter um acordo ainda durante o atual mandato de Obama, mas Machete disse estar "bastante cético" que isso aconteça porque existem várias questões pendentes como a energia e as negociações estão muito atrasadas.

"É difícil e eu gostaria, mas não é muito provável que, tendo o TTIP ainda de resolver problemas económicos, as coias andem depressa", disse o ministro português.

"Discutir a 28 de um lado e depois a América do outro, é muito difícil", resumiu Rui Machete.

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