Vladimir Putin termina o seu segundo mandato presidencial em Março de 2008. A constituição russa impede que se candidate por uma terceira vez consecutiva, sendo por esta razão a cimeira de Mafra a última com a UE em que participa na qualidade de chefe de Estado. Pelo menos para já, pois o líder russo deixou em aberto, em declarações feitas anteriormente, a possibilidade de vir a ocupar o cargo de primeiro-ministro. Hoje disse que ainda não sabe o que vai fazer no futuro, com uma garantia: «Não vou alterar a constituição para servir os meus interesses»
A perspectiva de encabeçar a lista do partido Rússia Unida nas eleições legislativas de Dezembro significa que apesar de deixar a chefia de Estado, não irá sair da esfera de poder, uma vez que terá lugar assegurado na Duma, a câmara baixa do parlamento russo.
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A perspectiva de vir a ocupar o cargo de primeiro-ministro é assim uma possibilidade «realista», como já havia admitido antes. «No que diz respeito à minha posição à frente do governo, é uma sugestão bastante realista, apesar de ser demasiado cedo para pensar nisso», disse. «O Rússia Unida deve ganhar as eleições e uma pessoa decente, capaz e moderna, com quem trabalharia em equipa, deverá ser eleita como presidente».
Hoje em Mafra, Putin garantiu que o futuro é incerto. «O que vou fazer no futuro? Ainda não decidi», respondeu a um jornalista. Mas com uma ponta do véu a levantar-se. «Se alguém pensa que vou para o governo da Federação Russa e levo comigo os poderes, está enganado».
«Não vou alterar a constituição para servir os meus interesses», garantiu.
A chefia de Estado, apesar de estar vetada a Putin nos próximos anos, é uma possibilidade que poderá voltar a ser equacionada em 2012, altura em que este estará livre para uma nova corrida ao Kremlin.
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