Actualizada às 04h00
«Estou aqui, mais uma vez, disponível para o combate». A frase é de Santana Lopes, no final do seu discurso ao Conselho Nacional. À saída, garantiu que a candidatura «tem de valer a pena; para que tudo não fique na mesma».
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Segundo fontes presentes na reunião, que decorreu à porta fechada até às 3h30 da madrugada desta quinta-feira, Alberto João Jardim garantiu o apoio ao ex-primeiro-ministro, caso este decida avançar. «Apoiei-o em 2005. E apoio-o agora», disse o presidente do Governo Regional da Madeira, que entrou neste Conselho Nacional como um «general» que tinha reunido «tropas», para acabar por dar o seu apoio ao líder parlamentar.
Segundo o secretário-geral, que apresentou, no final, as conclusões da reunião, «falta que a decisão [de Santana] se consubstancie» na «apresentação de candidatura»: «Deixou indiciada essa perspectiva, falta agora o pressuposto de a assumir». Com Santana, o «painel de candidatos deverá ser encerrado», muito «brevemente», disse ainda.
Santana sublinha «manifestações de apoio»
À saída, Santana confirmou o que os jornalistas já tinham avançado: Está disponível para o combate. «Mas é o combate à liderança?». «Exactamente», responde, sublinhando que «antes do Conselho Nacional», e também durante, recebeu «várias manifestações de apoio». «Já anunciei [as minhas conclusões] na declaração que fiz». Sem abrir o jogo por completo, o anúncio da candidatura poderá estar por horas.
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Tal como Santana Lopes, também Jardim fez um discurso virado para o exterior onde enumerou o que o partido precisa para ganhar o Governo. Mas não deixou de tecer críticas à candidatura de Ferreira Leite, garantindo que «ela não ganha as eleições em 2009; nem ela, nem outras figuras exóticas».
Numa reunião longa e agitada, que começou com o discurso de despedida de Luís Filipe Menezes, e que decorreu esta madrugada, num hotel de Lisboa, o Conselho Nacional veio baralhar o que estava a ser delineado durante o dia.
«A figura mais indomável do PSD» foi «condicionada»
Depois de Alberto João Jardim ter lamentado, na terça-feira, ser um «general sem tropas», as duas maiores distritais do PSD disponibilizaram o exército para a batalha das eleições directas. Só que, segundo Marco António Costa, do PSD/Porto, em declarações aos jornalistas à saída da reunião, cerca da 1h, «a situação está muito confusa». O líder da distrital do Porto afirmou que «o problema de Alberto João Jardim não são as tropas». Mas sim «um conjunto de pessoas que consegue condicionar mesmo a figura mais indomável do PSD».
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Visivelmente agastado, depois de durante o dia a candidatura de Jardim ter estado em cima da mesa, o líder da distrital do Porto sublinhou que se apercebeu hoje «que existe um temor referencial a algumas figuras do partido».
«Quando alguém como Alberto João Jardim diz que só avançará com um amplo consenso em torno da sua candidatura, presumo, pelo que ele disse lá dentro, que estaria dependente da desistência de Manuela Ferreira Leite».
Com Jardim a abandonar o Conselho Nacional, cerca das 2h, antes deste ter chegado ao fim, e depois de ter reunido com Santana Lopes, resta agora ao líder parlamentar do PSD assumir a ala menezista que hoje se despediu do presidente demissionário.
Jardim não fez declarações à saída, nem confirmou o apoio que anunciou à porta fechada a Santana Lopes. «Por enquanto, não falo».
O abandono de Menezes levou à convocação de eleições directas, e apesar de a primeira proposta da direcção apontar para dia 24 de Maio para a realização do escrutínio, o secretário-geral, Ribau Esteves, confirmou o que o PortugalDiário tinha já avançado: 31 de Maio foi a data «aprovada por larga maioria» e o Congresso do PSD manter-se-á entre 6 e 8 de Junho, em Guimarães, onde serão eleitos os órgãos directivos.
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