O Presidente da República afirmou hoje não poder acreditar na afirmação de Luís Filipe Menezes de que o Governo alegadamente já terá decidido a localização do novo aeroporto internacional na Ota.
«Não posso acreditar nisso. A informação que tenho e que me é fornecida pelo primeiro-ministro não está nada de acordo com o que acaba de dizer», declarou Cavaco Silva, confrontado pelos jornalistas com as afirmações de Menezes, depois de presidir à sessão solene dos 60 anos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa.
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Hoje em Leça da Palmeira, Matosinhos, antes de reunir com a direcção da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Filipe Menezes apelou ao Governo que «fale a verdade aos portugueses».
«Se já está decidido que o aeroporto é na Ota, então não vale a pena fazer as pessoas perder tempo e estar a gastar mais dinheiro», afirmou o líder do PSD, numa referência ao estudo que o LNEC deverá concluir até final do ano para comparar tecnicamente as duas opções - Ota ou Alcochete.
Com um sorriso, o Chefe de Estado recusou «obviamente» pronunciar-se sobre «polémicas entre instituições ou entidades», admitindo que já lei «parte» do estudo da CIP que aponta Alcochete como melhor solução.
O estudo pedido pelo Governo ao LNEC, para comparar as duas opções para o novo aeroporto, «é uma grande responsabilidade» para o laboratório dado que vai determinar «uma decisão política» do Governo, que a everá anunciar no início de 2008.
No entanto, Cavaco Silva garantiu que, «pela história do LNEC, os portugueses podem confiar na sua competência da instituição e na independência técnica e política».
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«Confio nesta instituição que já tem 60 anos, muito prestigiada nacional e internacionalmente», afirmou Cavaco Silva, repetindo que dissera na sessão solene do 60.º aniversário do LNEC.
«O LNEC, com os seus 60 anos de história, tem-se afirmado como um bom exemplo de excelência, internacionalização e cooperação com o sector privado», declarou o Presidente da República no seu discurso.
Cavaco Silva fez ainda a defesa de um maior investimento público na área de Investigação e Desenvolvimento (I&D).
«A única resposta que nos fará vencedores radica na qualificação das pessoas, no desenvolvimento de uma nova carteira de actividades e de produtos de forte conteúdo tecnológico, na investigação científica, na disseminação das tecnologias de informação e na inovação empresarial», disse.
O ministro Mário Lino, que começou a sua carreira profissional no LNEC, realçou a importância do laboratório para ajudar os governos a tomar decisões «com base científica e tecnológica», dando os exemplos do novo aeroporto e da alta velocidade ferroviária ou TGV.
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