José Sócrates decidiu responder às vozes críticas da Cimeira entre União Europeia e África, sustentando que sem ela não se falaria agora sobre o drama do Darfur, direitos humanos e imigração, informa a agência Lusa.
Segundo Sócrates, UE e África vão adoptar uma estratégia conjunta e um plano de acção que «permitirá melhorar a situação dos imigrantes na Europa, combater a imigração ilegal e o tráfico de seres humanos e responder melhor a dramas humanitários, como o do Darfur».
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«Se não houvesse esta cimeira, não se falaria agora de Darfur, de direitos humanos e de imigração», sustentou, antes de apontar aos críticos da cimeira UE/África «dois tipos de erros».
«Cometem um erro quando olham para a agenda da cimeira, que tem lá escrito direitos humanos, paz e segurança, alterações climáticas, mas não conseguem ler isso. Gostaria que esse erro não perdurasse», disse.
Um segundo tipo de erro dos críticos, na perspectiva de Sócrates, «é que pensam que os temas da cimeira apenas dizem respeito a alguns grupos em particular, como se o problema das migrações apenas dissesse respeito aos imigrantes, ou o problemas das alterações climáticas aos ambientalistas».
Numa mensagem directamente dirigida a uma plateia de empresários, Sócrates contrariou essa perspectiva particularista e avisou: «não pode haver bom clima para os negócios sem paz e segurança, sem ambiente sustentável, sem trabalho estável e fluxos migratórios regulados e sem boa governação e respeito pelos direitos humanos».
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Durão Barroso concorda
Durão Barroso também defende que «as questões dos direitos humanos» devem fazer parte das prioridades da cimeira política UE-África: «Disse ontem [quinta-feira], em conferência de imprensa em Bruxelas, que, por vezes, me custa a compreender como líderes que lutaram pela liberdade dos seus países não aceitem a liberdade para os seus cidadãos».
Defendendo que a questão dos direitos humanos «tem de ser discutida com maturidade entre europeus e africanos, o presidente da Comissão Europeia, mostrou-se confiante de que a cimeira política UE-África permita um diálogo sobre como melhorar a governação e como respeitar os direitos humanos na Europa e na África».
«Acho que é uma questão [direitos humanos] que deve estar nas prioridades da cimeira», sublinhou.
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