Já fez LIKE no TVI Notícias?

Pacheco Pereira: Sócrates enganou eleitores

Relacionados

O social-democrata acusa o PM de ter excluído há muito a hipótese de referendar tratado

O social-democrata José Pacheco Pereira acusou na quarta-feira o primeiro-ministro de ter excluído há muito a realização de um referendo sobre o novo tratado europeu e de ter enganado os portugueses encenando uma decisão de última hora, noticia a agência Lusa.

Pacheco Pereira demarcou-se assim dos comentadores, jornalistas e políticos, entre os quais se conta o presidente do PSD, Luís Filipe Menezes, que consideraram ter havido uma hesitação por parte do Governo sobre a forma de ratificação do tratado assinado em Lisboa.

PUB

No seu blogue, «Abrupto», Pacheco Pereira sustenta que se tratou de uma «completa desfaçatez do primeiro-ministro», que promoveu uma «operação de desinformação» a partir do seu gabinete e fingiu nos últimos dias uma indecisão, com «teatro puro».

Ratificação por via parlamentar é lenda urbana

A dúvida entre o referendo e a ratificação por via parlamentar é «uma lenda urbana criada a partir do gabinete do primeiro-ministro para nos passar a mensagem de que o pobre Sócrates queria muito cumprir a sua promessa eleitoral, só que o Presidente e os seus colegas europeus não o deixaram, agarraram-no à última hora, ¿in extremis` e ele, pelos mais nobres motivos, lá teve que violentar a sua vontade», afirma o social-democrata, no texto colocado na Internet quarta-feira ao fim da tarde.

«Se assim fosse», se o primeiro-ministro tivesse tomado a decisão à última hora, «a leviandade seria absoluta, tudo feito em cima dos joelhos. Mas não foi, porque esta é uma matéria sobre a qual o primeiro-ministro tem certamente, de há muito, tomada uma decisão», defende.

PUB

«Tudo isto suscita uma ainda maior preocupação: que homem é este que nos governa que não hesita em enganar-nos de forma tão deliberada, com tanta desfaçatez, e desprezo pelos outros? É sem dúvida um homem perigoso», escreve.

Pacheco Pereira argumenta que é «não só um absurdo como algo completamente implausível como ¿decision making`» imaginar «que tudo corre entre governos e primeiros-ministros como Sócrates, Sarkozy e Merkel ao estilo das conversas de café, estados de alma, decisões e contra-decisões, - no mesmo dia duas diferentes -, pressões e conselhos de última hora».

«Insisto, pensar que as coisas correm assim é do domínio das histórias da carochinha», acrescenta.

«Na vida real dos governos e da diplomacia, as coisas não se fazem na base de impressões, nem das leituras pelas embaixadas dos jornais», declara Pacheco Pereira.

PUB

Relacionados

Últimas