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Dois Guilhermes, um concelho e a sombra de Narciso

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Foi já um Guilherme Aguiar de camisa suada que cruzou a campanha socialista. Dois dos candidatos à câmara de Matosinhos marcaram arruadas para a mesma freguesia e para a mesma tarde com escassas horas de diferença. O inevitável aconteceu e as duas campanhas cruzaram-se naquela que é uma luta a três por um concelho «ensombrado» pela recandidatura de Narciso Miranda, presidente da autarquia durante quase 30 anos.

Os dois Guilhermes, Guilherme Aguiar pelo PSD e Guilherme Pinto actual presidente e recandidato pelo PS, lançam ataques entre si deixando a candidatura de Narciso em segundo plano. Questionado sobre a sombra da recandidatura do autarca mais antigo de Portugal, o candidato do PS é categórico na resposta: «Numa terra com tanto sol, não há sombra que exista», declarou aos jornalistas durante a arruada em Santa Cruz do Bispo.

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Já Guilherme Aguiar defendeu que as «quezílias dentro do PS são aquilo de mais relevo o partido tem em Matosinhos», disse. O conhecido comentador desportivo salientou ainda que as duas candidaturas na área do PS «enfraquecessem» o concelho. «Um partido existe para servir os cidadãos e quando uma estrutura destas se divide por outras razões que não os ideais ou os princípios mas exclusivamente por diferenças pessoais, como é o caso, isso é um claro sinal de fraqueza».

O «senhor da televisão» embalado por Tony Carreira

Em tempo de campanha pelas autárquicas o rescaldo das legislativas ainda se sente. O povo está já habituado aos brindes e quando ouve os carros de campanha, que ora passam temas de Tony Carreira ora entoam os feitos do presidente da autarquia, adere com entusiasmo. Vestem-se as camisolas, soltam-se as bandeiras e rua abaixo acompanha-se o candidato a líder da autarquia.

«É o senhor da televisão! Eu conheço-o!», diz quem passa e cumprimenta Guilherme Aguiar que sempre de passo apressado distribuí panfletos e pára para ouvir os lamentos de quem já conhece estas andanças há muito. «Desculpe, mas eu não vou votar. São todos iguais e eu já não saúde», diz-me uma idosa que ainda sim despede-se com um «oxalá que ganhe!».

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Um dia do idoso polémico, pelo menos, em Matosinhos

Dia de arruada na freguesia é dia de festa. E são os idosos que têm mais tempo para acompanhar as campanhas políticas. Guilherme Aguiar acusou esta quinta-feira Guilherme Pinto de fazer campanha às custas da autarquia. «É uma falta de ética política», disse o social-democrata, que começou a tarde de campanha com um ataque cerrado.

«Há coisas que revoltam. Acabei de saber que o presidente da Câmara e a presidente da junta de freguesia levaram 700 idosos para almoçar na Torreira, concelho de Ovar, às custas da autarquia. A assistente social no local disse aos idosos que iam conhecer o patrocinador do almoço. Com grande surpresa, dissera-nos que era o presidente da autarquia. A ética na política devia ser um princípio».

Guilherme Pinto reage crispado. «É muito simples. Nós desde sempre que temos estes passeios de idosos. Existem há 23 anos sempre por esta altura. Se ele não tem outras coisas para dizer na campanha, o melhor é ficar calado. Esse não é o meu estilo».

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Matosinhos «a liderar a saída da crise»

O presidente da autarquia encerra o tema e continua o cumprimento afável a todos por quem passa. De passo mais despachado, é certo, o autarca socialista é bem recebido. Afinal, é o presidente da terra que ali vai, um candidato que vê nas crianças uma «oportunidade que não pode ser perdida» e que não deixa de evidenciar a obra feita: 14 escolas, cinco centros de saúde e menos 12 por cento de desemprego.

Mas Guilherme Pinto é ambicioso e quer mais: «Eu quero ter a certeza que é Matosinhos que vai liderar a área metropolitana do Porto e Norte a sair da crise».

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