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Greve dos médicos: ministro insiste em diálogo

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Paulo Macedo reafirmou, no Porto, a sua disponibilidade para retomar as negociações

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, reafirmou hoje no Porto a sua disponibilidade para retomar as negociações com os sindicatos dos médicos de modo a evitar a greve agendada para quarta e quinta-feira.

«Não há que ter medo de ninguém que exerce os seus direitos, seja o direito de voto ou direito à greve. Agora, estou claramente preocupado com os prejuízos que a paralização possa causar», afirmou Paulo Macedo.

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O ministro falava à margem da cerimónia de lançamento de um novo portal que permite aos médicos do Serviço Nacional de Saúde terem acesso ao historial dos doentes e cruzar informação entre as várias instituições por onde o doente já passou. Nesta fase, este serviço disponibilizado pela Plataforma de Dados da Saúde estará disponível apenas na região Norte.

Paulo Macedo considerou ainda: «se existem condições para negociar, então negoceie-se agora, porque temos propostas concretas, como ontem [quinta-feira] foi reconhecido pela Ordem dos Médicos, quer em termos de carreiras quer em termos de contratos de prestação de serviços».

«De imediato, o Governo irá inserir nos futuros concursos uma cláusula que permita um pagamento sempre mínimo ao prestador de serviço indexado à base da tabela salarial, para não voltarmos a ter situações que possam originar licenciados qualificados a ter vencimentos de quatro ou até três euros, que ninguém deseja e ninguém quer», afirmou.

Assim, Paulo Macedo frisou a disponibilidade do Ministério para dialogar «a partir de hoje ou durante o fim de semana. Esperamos, nós, que não seja necessário privar os cidadãos e os utentes das consultas e cirurgias».

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Apesar da disponibilidade para o diálogo manifestada pelo ministro da Saúde, o Sindicato Independente dos Médicos já disse hoje que se mantém o motivo da greve agendada para quarta e quinta-feira.

«Para já, mantém-se o motivo da greve», o qual consta do pré-aviso, que tem 20 exigências, declarou à agência Lusa o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Paulo Roque da Cunha.

Segundo o pré-aviso de greve nacional declarada pelo SIM, os médicos não aceitam «a degradação do SNS [Serviço Nacional de Saúde], da qualidade do exercício técnico da medicina e da formação médica e o golpe fatal na carreira médica, agravada com a abertura de concurso para trabalho à peça, sob a forma de prestação de serviços, representando 2,5 milhões de horas anuais, equivalentes ao trabalho de 1.700 profissionais».

Os médicos não aceitam ainda «a degradação das condições de trabalho e do exercício profissional, consequente a uma lógica liberal na gestão das unidades de saúde, que afasta os mais experientes e capazes, que dificulta a formação médica contínua, pré e pós-graduada, e que desqualifica a investigação, contribuindo para uma diminuição de qualidade».

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) também aderiu a esta paralisação.

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