Já fez LIKE no TVI Notícias?

Tribunal quer ver peças da SIC e da TVI

Porto: colectivo quer ver peças sobre escutas a Ferro Rodrigues

O colectivo de juízes que está a julgar 16 jornalistas acusados de violação do segredo de justiça, no âmbito do «processo Casa Pia», vai solicitar à SIC e à TVI as peças em que são reproduzidas escutas a Ferro Rodrigues, refere a Lusa.

A decisão foi tomada na sequência das declarações, hoje proferidas no Tribunal de S.João Novo, no Porto, pelo arguido Arnaldo Mesquita, jornalista do Público.

PUB

No seu depoimento, o jornalista esclareceu que a notícia publicada por este jornal, a 18 de Outubro, de que é co-autor, constituiu uma reacção às peças emitidas pela SIC e pela TVI no dia anterior.

Naquelas peças eram reproduzidas escutas ao então secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues.

Estas escutas foram então citadas, pelas duas televisões, porque constavam da resposta do procurador João Guerra ao acórdão do tribunal relativo ao recurso da prisão preventiva do deputado Paulo Pedroso.

Ferro Rodrigues prestou depoimento

Ferro Rodrigues, actualmente embaixador de Portugal junto da OCDE, em Paris, depôs hoje como testemunha da acusação neste processo, arrolado pelo MP.

Ferro Rodrigues afirmou ao tribunal que as frases das escutas reproduzidas pelo procurador João Guerra, no citado documento, são «atentatórias do seu bom nome, por terem sido retiradas do contexto», o que terá transformado o seu sentido.

A propósito, citou um texto publicado na altura por José Miguel Júdice, então bastonário da Ordem dos Advogados, que considerava o documento de João Guerra como «um homicídio político e cívico [de Ferro Rodrigues] na forma tentada».

PUB

Interrogado pelo tribunal sobre se tinha algum conhecimento relativamente a como é que o teor da resposta do procurador João Guerra tinha ido parar às mãos dos jornalistas, Ferro Rodrigues afirmou não ter a mínima ideia sobre isso.

João Pedroso, juiz e irmão do ex-deputado socialista, também testemunha de acusação, revelou que no dia em que foi solicitada à Assembleia da República a perda da imunidade parlamentar de Paulo Pedroso, «mais de 20 jornalistas», dos que estavam destacados para esse serviço, já estavam em poder daquela peça do processo.

Revelou ainda que falou ao telefone como um jornalista, que não é um dos 16 arguidos neste processo, que também estava na posse do referido despacho.

«Enquanto falava comigo, esse jornalista tinha noutro telefone uma fonte ligada à investigação, com quem confrontava as minhas declarações», garantiu João Pedroso.

Sustentou também desconhecer como é que as peças do processo chegaram às mãos dos jornalistas.

Em depoimento apresentado por escrito, o actual ministro da Administração Interna, António Costa, também testemunha de acusação, referiu que «os factos constantes dos textos referenciados não são do seu conhecimento», pelo que não tinha «nada a declarar» relativamente aos mesmos.

PUB

Últimas