O presidente-executivo da Galp Energia, Ferreira de Oliveira, afirmou hoje que a produção de biocombustíveis no Brasil, em parceria com a Petrobras, não deverá avançar antes de 2010, avança a «Lusa».
Este atraso poderá comprometer o objectivo do Governo português de incorporar 10 por cento de biocombustíveis nos combustíveis rodoviários em 2010, se não avançar a importação de outras fontes e a produção nacional, já que a Galp contava importar 300 mil toneladas do Brasil.
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Ferreira de Oliveira afirmou, durante a apresentação de resultados dos primeiros nove meses, que existe um grupo de trabalho da Galp e da Petrobras a trabalhar no projecto para produzir 600 mil toneladas de biocombustíveis e processar metade em Portugal.
«Quando tivermos o modelo de negócio formatado, avançamos com a criação da empresa e ela começará a funcionar», afirmou.
Contudo, em virtude, da política adoptada pelo governo de Lula da Silva no sentido de não afectar à produção de biocombustiveis produtos alimentares, a Petrobras e a Galp estão, segundo Ferreira de Oliveira, a procurar «áreas que tenham propriedades que permitam a produção de oleagionosas que não concorram com a cadeia alimentar».
«Não antevejo produção (de biocombustíveis) antes de 2010», afirmou.
Em Maio último, a Galp e a Petrobras assinaram um memorando de entendimento para a formação de uma «joint-venture», detida a 50% por cada uma das empresas, capaz de produzir 600 mil toneladas de biodiesel por ano.
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Esperava-se, então, que metade da produção abastecesse Portugal no sentido de cumprir o objectivo estabelecido pelo Governo de incorporar 10% de biocombustível nos combustíveis rodoviários até 2010.
Ferreira de Oliveira tinha afirmado em Setembro último que Portugal não conseguiria cumprir a meta de incorporação de 10% de biocombustíveis sem recurso à importação.
«Para isso seria necessário entre 700 e um milhão de hectares e isso não vai ser possível com a agricultura portuguesa», afirmou na altura.
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