O presidente do BPN, Miguel Cadilhe, não poupou críticas às instâncias de supervisão, acusando as mesmas de terem falhado, no que diz respeito à detecção de irregularidades que terão prejudicado o banco em 700 milhões de euros.
Segundo o mesmo, até este valor avançado este domingo pelo Governo foi calculado pelas auditorias extraordinárias levadas a cabo pela actual administração.
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«Sabemos que houve falha de vários anos. Houve uma grave e prolongada falha de supervisão», disse em conferência de imprensa, que decorreu esta segunda-feira em Lisboa.
O discurso endureceu quando Cadilhe falou do Banco de Portugal, sublinhando que não foi esta instituição que detectou as irregularidades do BPN mas antes as já referidas auditorias.
O responsável rejeita assim a nota que dá conta de que tenha sido o Banco de Portugal a detectar imparidades.
«Não é verdade que foi pelo Banco de Portugal que se detectaram (as irregularidades). Foram as auditorias extraordinárias que levámos a cabo», disse.
Por isso mesmo, e no entender do actual presidente executivo, «o Governo veio agravar o problema» ao anunciar a nacionalização.
«Não sei se o Governo ponderou devidamente esses problemas (associados a este acto)», acrescentou.
Irregularidades maiores do que o esperado
Miguel Cadilhe iniciou inclusivamente o seu discurso referindo surpresa com a constatação, após as referidas auditorias, de que os erros do passado tinham uma dimensão acima do calculado.
«Fizemos em quatro meses o que outros não fizeram em vários anos», lembrou.
Por isso mesmo, o actual presidente executivo, que já fez saber que sai assim que a nacionalização estiver concluída, acabou por referir o desejo de que «os responsáveis» pelas irregularidades «não devam ficar impunes.
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