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BPP: 70% do empréstimo de 450 milhões pagou depósitos

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Cerca de 50 milhões foram pagos a clientes particulares e 160 milhões a empresas

[Notícia actualizada com esclarecimento do banco]

O empréstimo de 450 milhões de euros que o BPP realizou em Dezembro, através de um consórcio de bancos e com garantia estatal, já foi usado na totalidade, tendo sido pagos depósitos de 314 milhões de euros, avançou a administração do banco.

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«O empréstimo já foi utilizado na sua totalidade. Devido ao sigilo bancário, a que esta administração está obrigada, não é possível discriminar os clientes a quem foram pagos depósitos», pode ler-se na carta endereçada na terça-feira aos clientes do BPP pela administração liderada por Adão da Fonseca, à qual a agência Lusa teve acesso.

A mesma informa ainda que 49 milhões de euros foram pagos a clientes particulares, 160 milhões a clientes empresas e 105 milhões de euros a instituições financeiras, num total de 314 milhões de euros, ou seja, 69,8 por cento do total do empréstimo recebido dos principais bancos portugueses, com a garantia do Estado.

Os restantes 136 milhões de euros (30% do total) foram usados na liquidação de operações com outras instituições, nomeadamente, em pagamentos com vencimentos de REPO (operações de financiamento colateralizadas por títulos), suas renovações e «margin calls», de um total de 262 milhões de euros aplicados neste tipo de operações.

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Assim, a administração frisa que parte do empréstimo de 450 milhões de euros foi utilizada «para salvaguarda da carteira dos clientes de retorno absoluto, em particular por contribuir para a possibilidade de os títulos dados em garantia poderem vir a regressar à plena disponibilidade por parte das estratégias, entretanto financiadas».

«Estas operações estavam inscritas no balanço do banco e, dessa forma, abrangidas pelo contrato de empréstimo», destinado «exclusivamente às responsabilidades do passivo registadas no balanço do BPP à data de 24 de Novembro de 2008», acrescenta a carta.

No que respeita aos produtos de crédito estruturado que compõem as carteiras de retorno absoluto do BPP, estas estão avaliadas em cerca de 10 por cento do seu valor nominal, veio explicar a SLN, no seguimento da notícia da agência Lusa. Esta classificação surge devido à alteração do método de avaliação decidido pelo banco.

A administração do BPP, na carta aos clientes, esclarece os clientes que as fortes desvalorizações que lhes foram apresentadas no extracto de Maio devem-se, sobretudo, à mudança do método de avaliação dos activos, que deixaram de ser avaliados com base em modelos de incumprimento e passaram a ser avaliados a preços de mercado.

A decisão foi tomada pela administração do BPP depois de o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, ter anunciado que não haveria lugar a uma garantia estatal sobre as aplicações dos clientes de retorno.

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