A Caixa Geral de Depósitos, o BCP, o BES, o Santander e o BPI admitiram esta sexta-feira recorrer às garantias do Estado na emissão de dívida para se financiarem.
Ao mesmo tempo que o presidente do BPI, Fernando Ulrich, anunciou em conferência de imprensa que esta é uma hipótese a ponderar, mas no âmbito de «financiamento de médio/longo prazo», o BCP e o BES fizeram chegar comunicados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
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De acordo com Fernand Ulrich, «houve conversas entre principais bancos e com autoridades sobre recurso a garantia estatal».
Na apresentação dos resultados do BPI referentes aos nove primeiros meses, o presidente da instituição explicou assim o anúncio simultâneo.
«Estando em causa a utilização do risco-República, veria positivamente que houvesse alguma articulação na utilização desta garantia, que é um bem público», acrescentou.
Quanto ao valor de 20 mil milhões de euros dessa garantia, Ulrich lembrou que o mesmo «é valor sério e importante», dado significar 11 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Em comunicados distintos, o BCP e o BES admitiram a decisão no mesmo sentido.
O banco de Santos Ferreira diz, na informação ao mercado que, «no âmbito do plano de liquidez estabelecido para o exercício de 2008», o Banco Comercial Português «prevê proceder à emissão de dívida relativamente à qual será considerada a solicitação de garantia pelo Estado.
«As decisões finais a tomar a este respeito dependerão das condições relevantes de mercado e das alternativas disponíveis, cuja análise aprofundada agora se iniciou.
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Em devido tempo, e em função das conclusões, será, se for caso disso, desencadeado o procedimento previsto na legislação para os efeitos antes referidos», diz o BCP.
Já o BES explica, no mesmo tom, que a medida está a ser analisada, tendo em conta que as referidas garantias foram criadas «com o objectivo de criar as condições que permitam o restabelecimento da liquidez nos mercados financeiros tendentes à manutenção da estabilidade financeira e ao financiamento regular da economia».
Deste modo, o Grupo Banco Espírito Santo informa que «considera solicitar a utilização do sistema de garantias nas condições previstas na referida Portaria no âmbito do seu plano financeiro para 2008/2009».
Santander e CGD confirmaram depois
O Santander Totta e a Caixa Geral de Depositos vieram também informar o mercado de que pretendem seguir as outras instituições financeiras, nomeadamente o BCP, o BES e o BPI, na possibilidade de recorrer às garantias do Estado, no valor de 20 mil milhões de euros.
A CGD acrescentou no seu comunicado que «tem acedido aos mercados financeiros internacionais com relativa normalidade, face à elevada qualidade da sua notação de rating»
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