O governador do Banco de Portugal considera que o Governo português não tem mais espaço, em termos orçamentais, para aprovar outras medidas de estímulo à economia, sem elevar o défice para mais de 3 por cento, o tecto imposto pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento.
Vitor Constâncio admite que o défice possa ir «ligeiramente» acima dos 3% do Produto Interno Bruto (PIB), devido à recessão, como permite o PEC, mas não muito além desse valor.
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«As medidas aprovadas são importantes para conter a recessão, mas não podemos ter programas que elevem o défice muito acima de 3%, porque há um PEC e é preciso respeitá-lo», afirmou, na conferência de imprensa onde foi apresentado o Boletim Económico de Inverno do Banco de Portugal.
«O PEC admite que, numa situação de recessão prolongada, o défice possa ir ligeiramente além dos 3%, mas não se deve ir para políticas orçamentais que não respeitem isso», acrescentou.
Dessa perspectiva, afirmou, «não há espaço para mais pacotes de estímulo» à economia.
Recorde-se que o Governo apresentou, há poucas semanas, um pacote de incentivo à economia, à semelhança do que foi feito por vários outros países europeus, depois de ter sido alcançado um acordo a nível da União Europeia nesse sentido.
O governador admitiu ainda que o pacote de medidas aprovado a nível europeu pode não ser suficiente para travar a crise.
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