Para Mira Amaral, as petrolíferas têm de ter bom senso nos aumentos dos preços dos combustíveis, já que o Governo não pode intervir legalmente.
«O mercado foi liberalizado, por isso os preços são livres, neste momento a única entidade que pode intervir é a Autoridade da Concorrência», disse.
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O economista não se mostra surpreendido com estes efeitos, uma vez que, na altura da liberalização, já previa que não se iria verificar um mercado concorrencial.
«O Governo de Durão Barroso acabou com as tabelas de preços máximos, que eram revistos de 15 em 15 dias, e onde se protegia o consumidor. Optou por liberalizar, com a Petrogal a deter uma posição dominante e a saber que o mercado português era muito pequeno para atrair investidores estrangeiros», salienta à margem da conferência Pricewaterhouse Coopers «O Governo das Sociedades», que decorre esta sexta-feira em Lisboa.
Quando questionado sobre a política do ministro da Economia, Manuel Pinho, nesta matéria, Mira Amaral diz apenas que está a fazer «soft power», ou seja, «persuasão e pressão política».
Consumidores têm uma palavra a dizer
O antigo membro do Governo de Cavaco Silva diz também que os consumidores têm uma palavra a dizer nestas subidas contínuas dos preços dos combustíveis. «Os consumidores não têm por hábito abandonar um posto de gasolina se não gostarem do preço, se começassem a fazer isso poderia ser que as coisas fossem diferentes», refere.
«É simples, se os consumidores não gostarem dos preços de um supermercado, não compram e vão a outro. A ideia é começarem a fazer o mesmo nos postos dos combustíveis».
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