Já fez LIKE no TVI Notícias?

Quase 3 milhões de portugueses não conseguem pagar contas

72 por cento afirma que está mais poupado

São 2,7 milhões os portugueses que têm sérias dificuldades em pagar despesas mensais. A conclusão é de um estudo da Worldpanel que inquiriu 3.000 lares em Portugal Continental.

«São 850 mil casas, com famílias tipicamente numerosas, que estão severamente atingidos pela crise, reduzindo os seus gastos em produtos de grande consumo em 3,1%», refere o estudo.

PUB

Alimentação e produtos de limpeza para a casa foram os grandes cortes deste grupo que, durante os primeiros nove meses do ano, cortou em 1,8% os gastos em comida e menos 4,9% em limpeza caseira face a 2008.

Ao mesmo tempo, procuram ainda o preço mais barato, deixando de lado as suas lojas favoritas, e reforçam a despensa.

No entanto, a grande maioria dos inquiridos, 50%, disse estar mais poupado, embora não tenham grandes preocupações em manter o ordenado até ao final do mês.

Menos idas às lojas, mas compras em maior quantidade

Em suma, os portugueses vão menos vezes às compras, mas compram em mais quantidade. Os produtos eleitos são a comida pronta, os congelados e as sobremesas, uma vez que cortaram as idas aos restaurantes.

Os preços caíram, em média, 3% e o grande destaque foram os produtos frescos que estão 7,4% mais baratos.

Só 28% disse não ter sentido na pele os problemas da crise, dos quais 27% assumiu que, mesmo assim, «poupa por preocupação», enquanto 6% não economizam.

PUB

Mais poupança com medo de perder emprego

«Quando há um grande grupo de pessoas que não tem a necessidade extrema de poupar, o que faz com que tantos portugueses estejam mais economizados?», questionou Pedro Caldeira.

«Tem a ver com as expectativas», explicou, acrescentando que «mais do que a curva do desemprego, são as preocupações dos portugueses em manter o emprego que rege o estímulo para irem às compras». Ou seja, «o pico da taxa de desemprego não correspondeu ao pico de poupança», exemplificou Pedro Caldeira.

Por isso, o responsável concluiu: «É preciso reconstituir a confiança e o optimismo são factores determinantes para a recuperação económica em 2010».

No geral, os portugueses estão menos contraídos na hora de ir às compras, compram mais (2,8%), mas reduziram as compras por impulso. Preferem higiene pessoal ou cosmética à alimentação, a roupa aos produtos de limpeza para a casa.

Mesmo assim, Pedro Caldeira está confiante e garante: «Notam-se sinais de retoma. Estamos com níveis de consumo perto daqueles que se verificavam em 2007».

PUB

Últimas