O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, considera que o Orçamento de Estado suplementar, apresentando na semana passada pelo Governo, tem como ponto de partida um cenário macroeconómico que está já desactualizado.
O cenário macroeconómico do Governo tem como base uma quebra na procura externa relevante de menos 2,8%, uma taxa de juro a curto prazo de 2,2% e a médio longo prazo de 4,2% e o barril de petróleo a 51 dólares.
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«Basta um desvio para pior numa destas componentes para alterar significativamente todo o cenário do Governo», defende a nota de imprensa da CGTP.
Há invocação instrumental da crise para despedir
Carvalho da Silva explicou ainda que o impacto das medidas anunciadas são uma interrogação: «As medidas não são para o imediato, estão anunciadas mas não se fazem automaticamente», disse na conferência de imprensa que decorreu em Lisboa.
O responsável alertou ainda para o custo total para a Segurança Social das medidas do governo: 309,4 milhões de euros que se referem a uma perda de receita para a Segurança Social e 202,9 milhões de aumento da despesa.
Se a estimativa for feita apenas para o ano de 2009, o custo total da Segurança Social ronda os 413,4 milhões de euros.
Segundo a CGTP, as opções para enfrentar a actual conjuntura passam por dar prioridade ao investimento produtivo, reduzir a dependência do estrangeiro, aumentar o poder de compra ou travar a precariedade e valorização da juventude e do emprego. «O país está com excesso da propaganda da crise», lembrou Carvalho da Silva.
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