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Presidente do Banif defende fim de offshores «já amanhã»

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Acção só resulta se for em todo o mundo

O empresário Horácio Roque defendeu o fim dos offshores «já amanhã», avisando, no entanto, que estes só podem acabar se isso acontecer em todo o Mundo, condição obrigatória para que os bancos possam operar em igualdade de circunstâncias.

«Os offshores só podem acabar quando terminarem para toda a gente e terminarem para todo o Mundo», disse Horácio Roque terça-feira à noite, na Figueira da Foz, durante uma tertúlia no Casino local, citado pela agência Lusa.

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O presidente do Banif deu o exemplo da city financeira de Londres, onde, frisou, existem offshores para determinado tipo de negócios «onde as operações [bancárias] têm condições especiais».

«Os próprios bancos têm de lá ir realizar certos tipos de operações para poderem competir com os outros bancos que vão lá», explicou.

Direito de escolher onde pôr o dinheiro

Segundo Horácio Roque, o Banif possui clientes de várias partes do Mundo, portugueses que trabalham na Africa do Sul, Brasil, Venezuela ou Estados Unidos «que tem lá o seu dinheiro e não querem pôr o dinheiro no banco em Portugal».

«Querem pôr o dinheiro no offshore da Madeira, ou nas Bahamas ou nas Ilhas Caimão porque têm mais benefícios. E a pessoa quando tem dinheiro tem de ter ou deve ter, pelo menos, o direito de escolher», advogou.

Frisando que na Europa «devia haver convergência mas existe divergência» sobre os impostos cobrados em cada país, Horácio Roque acrescentou, a título de exemplo, que se pretender criar uma empresa na Holanda, na Irlanda ou em Espanha recebe «condições especiais, fiscais» que não possui em Portugal.

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Se for fazer «uma empresa a Espanha, para fazer determinado tipo de investimentos fora, tenho condições especiais em termos de impostos que não tenho aqui. É evidente que se eu fizer aqui e o meu concorrente em Espanha, fico em desvantagem em relação a ele», argumentou.

«Vamos a ver como é que se acaba com isso tudo e se entra numa linha de convergência em que todos pagam os mesmos impostos em todos os sítios», alegou o empresário.

Contribuintes pagam ajudas a empresas sem futuro

Respondendo a um desafio da anfitriã da tertúlia, a jornalista Fátima Campos Ferreira, sobre aqueles que defendem a necessidade da supremacia da política sobre a economia, Horácio Roque exclamou: «Quando vejo Governos a intervir na economia para salvar empresas que não têm o mínimo de futuro, digo que alguém vai ter de pagar esse dinheiro. E esse alguém são os contribuintes», avisou.

Considerou, a esse propósito, que não se trata só do caso de Portugal «mas de todo o mundo».

«É em todo o lado. E podemos estar a somar uma crise a outra crise», alertou.

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