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Prisa planeia despedir até 2 mil trabalhadores

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Empresa deixa ainda em aberto novos cortes

A Prisa, detentora da TVI através da Media Capital, planeia despedir até 2.000 trabalhadores em todo o mundo até ao final do ano e concentrar todos os meios espanhóis no mesmo edifício, afirmou à Lusa uma fonte da empresa.

A Prisa, maior grupo de comunicação social espanhol, anunciou aos trabalhadores dos diversos meios que detém que vai adoptar medidas para diminuir custos, a aplicar «até ao final do ano», estando em aberto a possibilidade de novos cortes, explicou à Lusa a mesma fonte.

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«A direcção não quer falar do próximo ano. As medidas para diminuir os custos são só ate 31 de Dezembro, depois vê-se», acrescentou.

«O que o comité de empresa nos transmitiu é que todas as medidas são apenas para o período entre 1 de Junho e 31 de Dezembro. Não existem garantias que o grupo não tente vender ou fechar alguns meios após este período», afirmou à agência.

Reduzir 15% da força de trabalho

O grupo planeia dispensar «entre 1.900 e 2.000 trabalhadores» em todo o mundo, cerca de 15 por cento da força de trabalho da Prisa (que conta actualmente com cerca de 14.000 trabalhadores).

Aos trabalhadores serão propostas rescisões voluntárias (com indemnização até um ano de salários) ou a suspensão temporária de contratos durante um mês, aplicada rotativamente a um número a determinar de trabalhadores, para evitar os despedimentos.

Caso não haja adesão às rescisões voluntárias e às suspensões de contratos, a Prisa avançará então para os despedimentos.

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Outra medida para reduzir os custos do grupo será a transferência de todos os meios do grupo em Espanha para a sede do El País, libertando em definitivo o edifício na Gran Via onde está o diário económico Cinco Dias e a rádio Cadena Ser, juntando-se a estes dois o diário desportivo As.

A Prisa vendeu há alguns meses o edifício na Gran Via, juntamente com o resto dos seus activos, para financiar a sua divida, que ascende a cerca de cinco mil milhões de euros.

Segundo aquela fonte do grupo, «cada meio tem um plano próprio» e «um valor que terá de poupar», sendo a forma de o fazer «debatida em cada redacção pelo comité de empresa».

Segundo o jornal espanhol Negócios, os bancos, que emprestaram 1,95 mil milhões de euros à Prisa, terão exigido a apresentação até segunda-feira de um plano de viabilidade a três anos como parte das negociações para a prorrogação do financiamento até Março de 2010.

As dificuldades da Prisa chegaram mesmo às despesas correntes dos vários meios, tendo a operadora espanhola Telefónica cortado os telefones do grupo durante o dia 16 de Abril, por falta de pagamento das facturas, que ascendiam a 300 mil euros, noticiou segunda-feira a comunicação social espanhola.

Além dos cortes nas despesas correntes, que passaram pelos transportes e fotocópias, o grupo aumentou o preço do seu jornal de referência, o El País, de 1,10 para 1,20 cêntimos, tornando-se este no primeiro título a subir o preço em plena crise económica.

A Lusa tentou falar com os administradores do grupo em Portugal, mas não obteve qualquer comentário.

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