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Economistas: défice pode subir mais na crise e Bruxelas deve apoiar

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Especialistas defendem medidas extra por parte do Governo e abandono temporário do controlo orçamental enquanto prioridade

Os economistas acreditam que 2009 será um ano muito difícil e que, neste contexto de recessão quase certa, os governos da zona euro, incluindo o português, deviam utilizar a margem existente para tomar mais medidas contra a crise, mesmo que isso aumentasse o défice orçamental. E consideram que Bruxelas deverá permitir essa flexibilização das metas orçamentais.

Na 4ª conferência anual da Ordem dos Economistas, Teodora Cardoso, Miguel Frasquilho e Alberto de Castro foram unânimes nesta matéria.

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Depois da recessão vem aí longo período de ajustamento

Para a administradora do Banco do Portugal (BdP), 2009 será um ano muito difícil e, mais do que isso, «depois da recessão, atravessaremos um longo período de ajustamento, em que será necessário repor os equilíbrios perdidos».

«Os défices orçamentais sofrerão um retrocesso em relação àquilo que estava previsto, o que não deve ser encarado como uma catástrofe, mas também não se pode pensar que é possível aumentar o défice e mantê-lo por muito tempo em níveis elevados. Esse desequilíbrio terá de ser reabsorvido no futuro, sobretudo no caso dos países desenvolvidos, onde continua a existir o problema da sustentabilidade da Segurança Social», acrescentou.

O ponto a focar, considera, é que «em 2009 as finanças públicas não poderão ser a primeira prioridade».

Governo foi demasiado defensivo

Da mesma opinião é Alberto de Castro, professor da Universidade Católica do Porto, para quem o Governo foi demasiado defensivo no Orçamento do Estado para 2009, ao dar «muita importância ao controlo do défice». Também para este economista, «o défice deve ser, transitoriamente, um aspecto secundário».

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«O Governo deve ter uma atitude temporária, tomar medidas reprodutivas, com impacto na economia, no tempo certo, mas medidas que não serão irreversíveis», disse ainda.

Os pressupostos alteraram-se desde que foi elaborado o Orçamento do Estado para o ano que vem. Por isso, Alberto de Castro acredita que serão necessárias mais medidas por parte do Governo, e acredita ainda que a Comissão Europeia dará essa margem aos Governos, na sua reunião do próximo dia 26, quando Bruxelas deverá apresentar um plano de recuperação económica e financeira.

«2009 será um ano terrível»

Também o deputado social-democrata Miguel Frasquilho prevê que «2009 será um ano terrível» e que «será muito difícil Portugal escapar a uma recessão».

Por isso mesmo, defende, «o défice em 2009 podia ser mais elevado, para beneficiar a competitividade da economia portuguesa».

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