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Mira Amaral alerta que poder de compra vai encolher ainda mais

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Défice público não está resolvido, apenas «anestesiado»

Os portugueses vão enfrentar «sérias dificuldades» nos próximos anos, uma redução do rendimento disponível e um menor poder de compra.

O alerta é do economista Mira Amaral que falava no âmbito da Convenção da Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA).

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O antigo ministro do Governo de Cavaco Silva diz que a estagnação da economia portuguesa não é uma situação conjuntural e que quer o Produto Interno Bruto (PIB) estagne ou entre em recessão este ano a diferença não é muita.

«A questão de fundo é que estamos numa estagnação e não é conjuntural. E a culpa não é de um Governo particular mas dos sucessivos governos, incluindo o do PSD/CDS-PP, que também tem muitas culpas no cartório», afirmou, acrescentando que a economia nacional enfrenta dois problemas: o défice público e o défice externo.

No que se refere ao défice público, Mira Amaral considera que o mesmo não está resolvido, mas apenas «aliviado e anestesiado», uma vez que «o Governo se limitou a aumentar as receitas».

No entanto, o maior problema reside no défice externo que ronda os 10 por cento do PIB. «Isto quer dizer que Portugal tem estado consistentemente nos últimos anos a consumir mais do que aquilo que produz. É o financiamento externo da economia portuguesa que está a sustentar isto e agora, com a crise financeira, com os problemas de financiamento, a economia portuguesa terá de pagar mais juros por essa dívida. Não há boas notícias para dar, nenhum Governo pode resolver isto de um dia para o outro», sustentou.

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Nada preocupado com crise financeira

Para o economista, as contas são fáceis de fazer: se a riqueza produzida está estagnada e os juros da dívida externa aumentam todos os anos, o único resultado possível é uma queda do rendimento disponível e do poder de compra.

«Não há volta a dar, a única maneira de enfrentar isto é através de um corte no consumo e do bloqueamento dos salários reais», avisa Mira Amaral para quem, aliás, «a nossa produtividade não aguenta este nível de salários».

Neste sentido, recusa dramatismos ao nível da turbulência dos mercados: «Não estou preocupado com a crise financeira, essa mais ano menos ano vai-se resolver. O pior é o resto e aquilo que vai acontecer depois da crise financeira desaparecer», conclui Mira Amaral.

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