Já fez LIKE no TVI Notícias?

Belmiro vai ter de subir preço para assegurar OPA sobre PT

Relacionados

O empresário Belmiro de Azevedo vai ter de subir o preço por acção estipulado para a Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Sonae sobre a Portugal Telecom para assegurar o sucesso da operação.

Segundo os especialistas de mercado contactados pela Agência Financeira, dificilmente será possível ao empresário assegurar 50,01% da PT, percentagem necessária para garantir a maioria do capital da empresa de telecomunicações, já que as avaliações feitas à empresa ainda liderada por Miguel Horta e Costa apontam para números superiores.

Belmiro de Azevedo assumiu na operação um preço alvo de 9,5 euros, o que se traduz numa capitalização bolsista de 10,7 mil milhões de euros. Contudo, «basta considerarmos que a maioria dos preços alvos para a operadora estão acima desse valor para percebermos que não é um negócio tão bom como isso. Nós temos um preço alvo de 10,8 euros, o que se traduz num negócio de 12,8 mil milhões de euros», adiantou um analista de uma casa internacional.

PUB

Já John dos Santos, analista da Lisbon Brokers adianta que «é bom para a Portugal Telecom pela simples razão de alguém estar interessado na empresa e estar a reconhecer que a empresa tem mais valor do que o mercado lhe está a dar. Só que o que o mercado está a dizer é que vale mais, vale mais do que essa oferta que esta em cima da mesa, no momento. E se calhar não estão a acreditar que a oferta vá para a frente, precisamente porque vale mais. Se acreditassem que aquele era um valor acima do que valia, provavelmente estava a cotar abaixo do valor oferecido na OPA. Estando a fazer acima, significa que os investidores estão bastante confiantes que vale mais e que provavelmente esperam que surja outra oferta, superior». A Lisbon Brokers tem uma avaliação para a empresa acima dos 12,5 mil milhões de euros.

Quanto ao leque de interessados, o analista adiantou ainda que «há de certeza mais interessados na PT, depende é do timing, em termos políticos, e do preço. O preço que a Sonae ofereceu é muito baixo. Agora é esperar para ver, se alguém faz outra oferta». Nesse campo, o BES aparece como uma hipótese «muito difícil. Se houver, é provavelmente outro operador. Não via um grupo financeiro a comprar uma empresa desta dimensão. Ter uma participação é uma coisa, comprar a empresa toda é outra».

PUB

Quanto à Telefónica, «pode não ter tanto interesse no mercado doméstico, mas tem no Brasil. Pode estar interessada nas partes, mais do que no total. Podem não achar que seja um bom preço, podem pedir um preço mais alto. No entanto pode haver interesse por parte deles em aproveitar um preço que não seja muito bom para lançarem uma contra oferta».

Já o analista internacional adianta que «com algumas dificuldades vemos o sucesso da operação. Em primeiro lugar porque dificilmente a operadora conseguirá o aval da Telefónica, que com certeza quererá valorizar a posição que detém na empresa. Além disso não nos podemos esquecer da participação de 50% da Vivo, que é assunto que ainda terá de ser esclarecido ao mercado».

Em segundo lugar porque será complicado vender a ideia aos investidores com menores participações, nomeadamente o caso da CGD, do Capital Group Companies, da Brandes Investments na Portugal Telecom e do Santander, do BPI e da Colanei Investments na PT multimédia, para não esquecer o BES, «que nos parece ser um candidato a uma contra-OPA. É que o capital está muito disperso por instituições financeiras que usam a Portugal Telecom como participações financeiras para obter ganhos. E neste caso ficam um pouco aquém do esperado, pelo menos se tivermos em conta os rácios da OPA da Telefónica sobre a O2», referiu o analista.

PUB

Relacionados

Últimas