Casas não vendem mas construtores não baixam preços

Os promotores imobiliários e os agentes mediadores de venda de habitação convergem num ponto: o mercado nacional está estagnado ao nível de número de negócios concluídos, mas os preços continuam a resistir, sem baixar.

Num ou noutro sector, o último trimestre de 2006 já foi no sentido de esperar um 2007 com alguma recuperação. Mas a verdade é que os últimos três anos têm demonstrado uma tendência consistente: já não se vende no papel ou em construção e em regra o escoamento de stocks é demorado. Ainda assim, há quem garanta que a subida de preços excedeu a da inflação no ano que agora findou, refere o «Diário de Notícias».

É precisamente a relação entre casas em construção e habitação vendida que pode dar o mote ao optimismo dos profissionais. É que, com o licenciamento e a construção em franca regressão, os profissionais do sector aguardam uma retoma já no ano que agora começa. «Já não é a procura a determinar tanto as vendas, a oferta começa a ser determinante», sustentou José Eduardo Macedo, da Chave d'Ouro e presidente da APEMIP - Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal.

Os grandes volumes de vendas, próprios do final dos anos 90, durante os quais chegaram a transaccionar-se mais de 100 mil fogos por ano, está esgotado. «Dois terços dos portugueses já têm casa própria, portanto agora trata-se mais de um mercado de substituição ou de segunda habitação», alerta Joaquim Sousa, da Century 21.