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Casas penhoradas: os casos

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Embora possa parecer um «negócio fácil», o de vender as casas penhoradas pelos bancos, a preços bem abaixo do valor de mercado, a verdade é que o ramo a que a empresária Sandra Simões se dedica, também tem os seus riscos.

As pessoas que são penhoradas e perdem a casa em que vivem com a família são, frequentemente, pessoas desesperadas, que cometem também actos desesperados. Esta empresária que o diga.

«Já me aconteceu um pouco de tudo. Existem casos em que as pessoas compreendem que, se não conseguem pagar o empréstimo, têm de abdicar do imóvel, mas existem outras pessoas que não aceitam nada bem a situação», refere.

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«Há pessoas que nos deixam animais fechados dentro das casas penhoradas, para nós não conseguirmos entrar nos imóveis quando lá chegamos», conta. Desde cães agressivos, prontos a atacar quem abrir a porta, a bichos ainda menos agradáveis, Sandra Simões já teve de enfrentar situações em que a sua integridade física e até a sua própria vida correram algum risco. «Em alguns casos, tivemos de chamar as autoridades para tirarem os cães de lá, senão, éramos atacados».

«Lembro-me de um outro caso, em que a casa esteve fechada durante quase dois anos, enquanto o processo decorreu em tribunal. Quando fomos abrir a casa, havia ainda comida na cozinha. Estava tudo podre, o cheiro era insuportável, tudo sujo¿ Fiquei coberta de pulgas assim que entrei. Estava de calças brancas e viam-se às centenas. Só tive tempo de sair a correr e vir cá para fora sacudir a roupa», lembra.

Os casos que hoje são quase divertidos de recordar, deram a Sandra Simões algumas dores de cabeça. Muitas vezes, a causa do incumprimento do crédito é o divórcio e acontece frequentemente os ex-cônjuges fazerem tudo para se «tramarem» mutuamente.

Desde imóveis parcialmente destruídos a casas que precisaram se serviços de limpeza profissionais e em profundidade, acontece um pouco de tudo.

Mas depois existem também os casos de famílias que deixaram de pagar as prestações porque se viram, dum momento para o outro, em situação de desemprego ou de doença, por exemplo, e ficaram sem dinheiro suficiente. Esses casos são os mais dramáticos porque, frequentemente, as pessoas não têm outro local para onde ir e os bancos nem sempre facilitam a renegociação dos créditos, por exemplo, baixando as prestações e alargando os prazos do empréstimo.

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