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Cenário externo ameaça previsões do Governo

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O Orçamento do Estado para 2006 (OE2006) merece um voto de confiança dos economistas, para quem é agora fundamental que a sua execução seja conforme com o programado. Só não sabem explicar de onde virá o aumento previsto das exportações, tendo em conta o cenário conjuntural externo.

Miguel Beleza, que falava num debate promovido pelo Fórum para a Competitividade, tem a certeza de que o documento é um «progresso claro», que merecia, na sua opinião, «um esforço de entendimento entre o PS e o PSD», para o levar a cabo.

Do mesmo modo, Teodora Cardoso diz que este Orçamento «é muito mais rigoroso, tem um plano para cumprir as acções programadas ao longo da legislatura e nisso, é melhor». Em termos de evoluções positivas, a economista fala do reforço da óptica plurianual, da qualidade e acompanhamento das contas públicas e da eliminação da prática dos atrasados. «Digam os sindicatos e as autarquias o que disserem, há coisas que têm mesmo de acabar. A prioridade é rever os preceitos legais que eximem forte percentagem das despesas públicas. O OE 2006 vai no bom sentido, é um primeiro passo para pôr as contas em ordem. Não vai ser nada fácil, em nenhum sentido», alerta.

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Mas este Orçamento comporta também riscos. Um deles, que coloca mesmo em causa a redução do défice para menos de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008 e, consequentemente, o cumprimento do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) conforme acordado com Bruxelas, é o cenário macroeconómico internacional.

Na conjuntura externa, a economista destaca riscos como «os grandes desequilíbrios acumulados pelos EUA e o efeito do aumento do preço do petróleo na inflação e na política monetária, quer da Europa, quer dos EUA». Mesmo deste lado do Atlântico «a agenda política e o efeito de diferentes situações conjunturais e regimes de taxas de juro face a uma política monetária única» podem surgir como um entrave às «boas intenções» do Governo, impressas no OE.

«Uma das falhas deste Orçamento é precisamente prever um crescimento das exportações tão acima do crescimento do produto», adianta. É que, segundo o OE2006, as exportações deveriam crescer mais de 5%, enquanto que para o PIB, o Governo prevê um crescimento de apenas 1,1%.

«A saída para a economia nacional é mesmo a retoma das exportações, mas tendo em conta a situação internacional, isso não parece muito fácil. Mesmo que a Europa melhore, se os EUA entrarem em crise, a Alemanha será muito penalizada, porque exporta muito para lá, e com ela toda a Zona Euro», afirma.

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