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Combustíveis: Separação de negócios tem pouco impacto nos preços

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Ribeiro da Silva diz que é apenas «um bode expiatório»

A alteração do sistema logístico dos combustíveis líquidos em Portugal tem sido colocado em causa nas últimas duas semanas e apontado como uma possível ajuda para aumentar a concorrência e acabar por aliviar o bolso dos portugueses. No entanto, diferentes especialistas e intervenientes do sector consideram que uma separação dos negócios de transporte, armazenagem e distribuição («unbundling»)-tal como acontece na electricidade e gás-não traria benefícios significativos para os consumidores finais.

Esta é a opinião de Nuno Ribeiro da Silva, ex-secretário de Estado da Energia e actual presidente da Endesa Portugal. «O impacto no custo dos produtos finais é muito pequeno. De qualquer forma, é uma área em que estamos acima da média europeia», referiu à Agência Financeira.

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Para o mesmo, os rumores que surgiram de que a Autoridade da Concorrência (AdC) iria recomendar ao Governo esta medida-que não se verificou ontem aquando a audição no Parlamento-foram «uma tentativa de arranjar um bode expiatório, mas não é aí que está o cerne da questão».

Impacto seria na segurança do transporte e do sistema de stocks

«Mesmo que houvesse alguma concertação de preços, não é aí que se descobre o problema», acrescentou. De acordo com o responsável, esta separação de redes nos combustíveis teria sim um grande impacto na segurança do transporte e do sistema de stocks.

Ribeiro da Silva diz que o problema dos altos preços dos combustíveis em Portugal está na fiscalidade e no preço da matéria-prima. Mas, apesar de considerar que o Imposto Sobre Combustíveis (ISP) é a única variável, discorda que de uma baixa. «Estaria a dar-se um sinal errado. O Estado deve manter a sua posição de firmeza e é preferível que não reduza o ISP para depois aumentar o IRS, por exemplo», adiantou ainda à AF.

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«A energia vai continuar cara. Os portugueses têm que perceber que são precisas alternativas ao petróleo», rematou.

Diferença de 2 cêntimos por litro

E a posição de que a alteração no sistema logístico seria quase indiferente para os consumidores vai de encontro com a opinião do recentemente empossado presidente da AdC, Manuel Sebastião e também do presidente da Galp, Ferreira de Oliveira.

Manuel Sebastião esteve na passada terça-feira numa audição onde referiu que este sistema era «eficiente» e, apesar de admitir uma intervenção, garante que não seria por motivos concorrenciais. Para além disso, sublinhou que o peso da parte logística no preço final dos combustíveis é muito pequeno-de 3,5% na gasolina e 3% no gasóleo.

Já o responsável da maior petrolífera portuguesa, e que seria a maior afectada, referiu em conferência de imprensa que considera que esta medida «teria apenas efeitos negativos, podendo colocar em causa a eficiência do sistema» e que a actividade tem um peso de somente 2 cêntimos por litro.

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