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Crédito à habitação: no seu caso compensa renegociar com o banco?

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DECO aconselha consumidores a negociar, mas a ter cuidado com as contrapartidas

Nem sempre renegociar os contratos de crédito à habitação com os bancos é uma boa opção. Às vezes, as novas condições, que permitem um alívio financeiro imediato, acabam por comprometer os tempos futuros e acaba por pagar mais com o negócio do que aquilo que poupa.

O alerta é da DECO, a associação de defesa do consumidor, que aconselha quem a procura a renegociar, mas com cautela.

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No caso da renegociação de spreads, quem tem um empréstimo mais antigo tem maiores probabilidades de ser bem sucedido, adianta o economista da DECO, Vinay Pranjivan, em declarações à Agência Financeira, explicando que, «nos empréstimos mais recentes, os spreads acordados eram mais baixos, e devem estar em linha ou até abaixo daquilo que é praticado actualmente, por isso, será complicado convencer o banco a baixar ainda mais. Mas nos contratos mais antigos, os spreads eram mais altos, ainda devem estar acima dos níveis cobrados actualmente e, portanto, pode haver aí ainda alguma margem para baixar».

Spreads sobem para contratos novos e dificultam negociação de contratos antigos

«Tem havido um maior cuidado na concessão de crédito, especialmente crédito à habitação por parte dos bancos, uma maior contracção, com uma maior análise do risco da operação. E isso não é negativo, porque permite manter o sobreendividamento e o malparado controlados», considera o economista da DECO, Vinay Pranjivan. Mas, para além disso, «tem havido também uma subida dos spreads para os contratos novos», alerta.

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Por isso mesmo, diz, «qualquer proposta de renegociação de spreads, de contratos de crédito à habitação já existentes, é também encarada com maior restritividade por parte dos bancos». O que, para o economista, tem razões comerciais, mas também se prende com a necessidade de os próprios bancos tentarem fazer face ao custo que o dinheiro tem para eles próprios. É preciso lembrar que as taxas Euribor reflectem também o custo dos empréstimos entre bancos».

Cuidado com os pacotes de produtos

Em qualquer dos casos, alerta, é sempre difícil negociar com os bancos, e estes podem sempre exigir um maior cross-selling, ou seja, «um maior envolvimento com o banco». Quer isto dizer que, para aceitar renegociar o spread, o banco pode exigir que o cliente contrate mais produtos, como por exemplo, os seguros associados ao crédito à habitação ou um cartão de crédito.

Nesta situação, alerta Vinay Pranjivan, «os consumidores devem ter cuidado, e ver se isso lhes interessa ou não. Porque, em alguns casos, a anuidade do cartão ou a despesa acrescida com esses seguros pode ser mais elevada do que o que se vai poupar nas prestações do crédito à habitação com a descida do spread».

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Por isso mesmo, e para aumentar o seu poder de negociação com o banco, o consumidor deve «visitar duas ou três instituições financeiras concorrentes para obter simulações de quanto pagaria se transferisse o crédito para lá». Confrontar o seu banco com essas propostas, quando são mais vantajosas para si, pode ajudar na negociação e servir como forma de pressão.

Isto é «mais fácil agora, que existe uma maior possibilidade de transferência de créditos», em que as penalizações pela amortização antecipada já não são quase proibitivas, como eram há uns anos atrás.

Alargar o prazo, só em última instância

A DECO não aconselha o alargamento do prazo do crédito a não ser quando não há mais nenhuma porta, porque tem uma grande desvantagem: pagam-se mais juros ao longo do contarto. No entanto, admite o economista, «traz um alívio financeiro imediato e, em situações de iminente incumprimento, é preferível» a deixar de pagar.

No entanto, alerta Vinay Pranjivan, os bancos costumam cobrar uma taxa pela renegociação, quer do spread, quer do prazo, pela alteração das condições contratuais, que é, admite, «completamente legal».

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