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Créditos pessoais levam milhares à ruína

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Famílias ganham mais de dois mil euros, mas têm até dez empréstimos. Muitas vezes, as prestações dos créditos pessoais ultrapassam a do crédito à habitação. Portugal vai ter famílias falidas

Que os portugueses estão cada vez mais endividados já não é novidade. Mas nos últimos tempos algumas coisas têm mudado. Há famílias à beira da falência, afogadas em créditos pessoais, com encargos que muitas vezes superam os do crédito à habitação.

Estas famílias até ganham mais do que a média (por vezes mais de dois mil euros) mas acumulam até dez empréstimos.

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De acordo com dados da Deco, recolhidos pelo Gabinete de Apoio ao Sobreendividado, o crédito pessoal é o grande responsável pelo sufoco destas famílias.

12 mil famílias pediram ajuda num ano

Em 2009, mais de 12 mil pediram ajuda à associação de defesa do consumidor, mais quatro mil que no ano anterior, porque já não sabiam como fazer frente às prestações que tinham de pagar todos os meses, revelam os dados avançados pela Renascença e confirmados pela Deco à Agência Financeira.

Pagar a casa já não é o problema. Agora, o problema é pagar tudo o resto. E muitas vezes, as prestações de tudo o resto custa mais do que a prestação do próprio crédito à habitação.

De acordo com a associação, muitas famílias têm entre cinco e dez empréstimos contraídos e por vezes devem mais de 100 mil euros em créditos pessoais.

No ano passado, o Gabinete abriu 2.812 processos, mais 800 que em 2008.

Portugal vai começar a ter famílias falidas

Uma situação que não surpreende o economista João César das Neves. Em declarações à Renascença, o professor da Universidade Católica diz que a situação registada em 2009 é normal e deverá manter-se nos próximos tempos, devido ao elevado desemprego registado no nosso país.

César das Neves alerta que o problema surge quando as pessoas se deixam deslumbrar, mesmo sem meios para pagar o crédito pessoal, e que essa situação levará a uma realidade outrora inexistente em Portugal: famílias falidas.

«Nos EUA, é algo que acontece com alguma frequência», refere César das Neves, adiantando que «é preciso ajudar essas pessoas» e que a tendência será o regresso à normalidade.

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